São grandes as responsabilidades para Tony Blair, quando tomar posse amanhã, sexta-feira, como sucessor do Luxemburgo na presidência da União Europeia (UE).

Nos seis meses em que vai liderar os destinos da UE, Blair terá que aproximar os cidadãos da Europa, contrariando a imagem da UE como uma “máquina burocrática” – complicada missão para um país que é visto como pai do eurocepticismo.

Blair terá que resolver o problema da crise orçamental europeia, depois de ele mesmo ter vetado o orçamento para 2007-2013 por não ser “adequado para o século XXI”. Diminuir a dimensão do emprego na Europa é outra batalha para os seis meses de Blair enquanto presidente da UE.

Terá também que reencontrar o caminho para a constituição europeia, questão que, segundo muitos analistas, exige a definição do que os países membros querem para a Europa: uma entidade económica e social ou politicamente integrada e interveniente nas vidas dos Estados-membros.

O primeiro-ministro inglês acredita que a Europa pode beneficiar do “cheque de realidade” originada pela recusa francesa e holandesa ao tratado constitucional.

A presidência inglesa deve investir na educação, pequenos negócios, reabilitação urbana e qualificação profissional, única estratégia que, segundo Blair, pode fazer frente ao crescimento da China e da Índia no contexto económico global.

Blair assume também em breve a presidência do G8, coincidência que pode favorecer o diálogo entre a UE e outros países, em questões como o comércio justo, a pobreza e as mudanças climáticas.

Pedro Rios
Foto: Downing Street