Susan Levy, 54 anos, viajava na Piccadilly Line, próximo de Russell Square, a linha de metro londrina onde se registou a explosão mais violenta e, por isso, o maior número de vítimas – as estimativas apontam para 21 mortos. A vítima hoje, segunda-feira, identificada era casada e tinha dois filhos. A família tentava localizar Susan Levy desde o dia dos atentados.

Os dados acerca da identificação da vítima foram hoje avançados pela Scotland Yard (polícia britânica) que tem sido, a par do governo de Tony Blair, alvo de críticas por parte de familiares de vítimas devido à escassez de informação sobre o número de mortos oficial.

Os especialistas que procedem à identificação das 49 vítimas mortais encontradas até ao momento alertaram para a morosidade do processo, que poderá levar dias ou semanas, alegando que muitos dos corpos ficaram irreconhecíveis. Por isso, as autoridades pedem aos familiares das vítimas que facultem todo o tipo de objectos pessoais dos desaparecidos que possam ajudar numa identificação através do ADN.

Para já, as autoridades britânicas prosseguem com as buscas nos locais dos atentados, na tentativa de encontrar pistas que possam ajudar a identificar os cadáveres e os autores dos ataques.

A primeira explosão deu-se em Liverpool Street, na linha Hammersmith & City, a segunda aconteceria na linha Piccadilly, no comboio que viajava entre as estações Russell Square e King’s Cross e a terceira em Edgware Road, na linha Bakerloo. A quarta bomba destruiu o autocarro 30, perto de Tavistock Square

Resgates dificultados

As equipas de peritos enfrentam dificuldades no resgate dos cadáveres.

A situação mais dramática verifica-se nos trabalhos que decorrem na linha Piccadilly, onde Susan Levy perdeu a vida. Quando a explosão aconteceu, o comboio ficou imobilizado dentro de um túnel, próximo de Russell Square.

Construído em 1902, o túnel tem apenas três metros e meio de largura, e as equipas de resgate só têm acesso à carruagem da frente, onde a bomba explodiu, percorrendo toda a composição, que se encontra bastante danificada.

A 30 metros abaixo do solo, e com a parafernália de instrumentos necessários ao desencarceramento dos corpos, incluindo projectores, a temperatura chega a atingir 60 graus.

Até que todas as informações estejam recolhidas e não restem dúvidas acerca da identificação das vítimas, as autoridades britânicas não facultarão uma lista oficial das vítimas. Os responsáveis pelas operações de resgate apenas pedem paciência aos familiares dos desaparecidos, cuja angústia dura, na maioria dos casos, há quatro dias.

O governo de Tony Blair confirmou mais de 50 mortos, mas a imprensa britânica admite cerca de 70. Cerca de 30 pessoas estão desaparecidas.

Ana Correia Costa