O Governo Civil do distrito do Porto assinou sexta-feira um protocolo de cooperação com o Comando da Região Militar Norte. Os militares de quatro pelotões do distrito, que tem sido dos mais afectados pelos incêndios este ano, vão garantir assistência aos bombeiros em fogos, distribuindo água, leite e outros alimentos não perecíveis.

No âmbito da iniciativa, que vigora até 30 de Setembro, o Governo Civil assinou protocolos com empresas do ramo alimentar, sob o regime de mecenato. A UNICER assegura gratuitamente o fornecimento de água em quantidade suficiente para cobrir as necessidades dos bombeiros, num total que poderá ir até aos 16 mil litros. A Lactogal distribuirá 10 mil litros de leite e sumos.

“A intervenção da instituição militar garante-nos a total eficácia do apoio logístico aos agentes de protecção civil em actuação no teatro das operações”, afirmou a governadora civil, Isabel Oneto, na assinatura do protocolo, na sede do Governo Civil.

A responsável afirmou que “tem sido uma preocupação, neste mandato, a análise das questões relativas à protecção civil e, em particular, a temática dos fogos florestais”.

Isabel Oneto exemplificou esta preocupação com a afectação das verbas do orçamento do Governo Civil para 2005 relativas a brindes, ofertas e publicidade para o programa “Voluntariado Sénior”, que garante um subsídio a 100 vigilantes das florestas em regime de voluntariado.

O Governo Civil doou 50 mil euros à Federação de Bombeiros do Distrito do Porto para a compra de equipamento de protecção pessoal. A governadora civil prometeu também o reforço da vigilância nas matas e florestas.

O vice-presidente da Federação de Bombeiros agradeceu os gestos. “Estão-se a fazer coisas. Podem parecer pequenas, mas é algo que nós necessitamos. Estamos num distrito que está a arder”, afirmou José da Silva Miranda, visivelmente emocionado, classificando o apoio de “consolador”. “Há uma nova dinâmica [no apoio aos bombeiros]: continuemo-la”, concluiu.

Já o comandante Gomes da Costa, da Liga dos Bombeiros Portugueses, considera que “exemplos destes têm que ser seguidos. Na realidade, é isto que os bombeiros precisam”.

Texto e foto: Pedro Rios