Portugal é o país da Europa do Sul (Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia) que teve maior número de incêndios, no ano passado. Só em Portugal registaram-se perto de 22 mil dos 53 mil fogos ocorridos nos cinco países.

Apesar disso, boa parte dos fogos é de pequenas dimensões: 16.800 dos fogos em terreno português consumiram menos de um hectare (10 mil metros quadrados) de floresta. São conclusões de um estudo [PDF] divulgado quarta-feira pela Comissão Europeia em colaboração com o Centro Comum de Investigação e a Direcção-Geral do Ambiente.

Em termos de área ardida, Portugal é o segundo mais afectado, atrás da Espanha. Em 2004, arderam perto de 130 mil hectares de floresta portuguesa, pouco menos do que os 134 mil hectares ardidos em Espanha e muito longe dos 10 mil hectares consumidos pelo fogo na Grécia.

Os números são particularmente graves quando Portugal é o mais pequeno dos cinco países avaliados na Europa do Sul e é cinco vezes mais pequeno do que Espanha.

Dos países da Europa do Sul, Portugal foi o único a estar acima da média dos últimos 25 anos em termos de área ardida. Entre 1980 e 2004, por ano, arderam em média 108 mil hectares em Portugal, enquanto que no total dos países do sul da Europa a média é de 492.238 hectares.

Nos últimos 25 anos, arderam 2.714 mil hectares em Portugal. Na Europa do Sul, o total de área ardida foi de 12.305 mil hectares.

No ano passado, arderam 346.766 hectares no total dos cinco países, menos de metade do total queimado em 2003.

Houve duas mortes causadas pelo fogo em Portugal e 400 bombeiros feridos, 25 deles com gravidade.

O estudo pretende fazer uma avaliação dos esforços dos vários países europeus no que toca aos fogos florestais e tem como objectivo “a previsão e o controlo dos incêndios florestais nos próximos anos”.

Tiago Dias
Foto: Stock Xchange