Assobios para José Peseiro, apesar da vitória e do segundo lugar na Liga. O Sporting vive um momento difícil, fundamentado sobretudo pela fragilidade exibicional. Depois da derrota na Choupana, obteve no domingo um triunfo muito curto ante um Vitória de Setúbal que se viu reduzido a dez unidades. Liedson falhou uma grande penalidade, foi rendido por Beto e indicou ao técnico a mesma receita que Rochemback havia passado, aquando da última deslocação ao Dragão. Valeu o golo de Deivid…

Bem melhor o FC Porto, que despachou no sábado o Belenenses de Carlos Carvalhal com 2-0 e um recital de futebol de ataque. Sonkaya deu lugar a Bosingwa, num onze onde também entrou Ricardo Quaresma. Decisivo, todavia, foi Benni McCarthy, que inaugurou o marcador à passagem do quarto-de-hora. Um belo lance, bem ao estilo do avançado sul-africano. Perante um adversário pouco expedito e que executou mal tanto a missão de atacar como a de defender, o FC Porto apenas logrou um segundo tento, obtido na etapa complementar por Jorginho.

Convincente foi também a exibição do Benfica em Penafiel, no jogo de abertura da jornada, sexta-feira. Em vésperas de confronto europeu, despachou cedo uma questão que se podia tornar bicuda, não obstante o menor valor da turma de Luís Castro, que registava também várias ausências. De bola parada, Nuno Gomes e Simão deram vantagem de dois golos aos encarnados, ainda antes de estar completa a primeira dezena de minutos. A partir de então, o Benfica limitou-se a controlar o encontro, reagindo bem ao tento de Marco Ferreira. Nuno Gomes, num excelente pontapé, fez o quinto golo da época (e o quinto em apenas dois jogos, ocupando com Meyong do Belenenses o primeiro posto na lista dos melhores marcadores.

Na jornada final, segunda-feira, no Bessa, o Boavista bateu a Académica por 2-1 e juntou-se ao grupo dos quintos classificados da Liga. Os “estudantes” ficaram no penúltimo posto da classificação. Fary adiantou logo aos cinco minutos o marcador para a turma de Carlos Brito, mas a “Briosa” empatou aos 16 por Luciano. Aos 61 minutos, com um remate de primeira, sem chances para Pedro Roma, João Pinto marcou o seu primeiro golo no campeonato.

O Sporting de Braga desiludiu. No domingo, na Reboleira, somou o terceiro encontro consecutivo sem vencer (a contar com o jogo frente ao Estrela Vermelha), ainda que também vá mantendo as suas redes invioláveis. Paulo Santos ainda não sofreu qualquer golo, mas também não cantou nenhum no Estádio José Gomes, casa de um Estrela da Amadora que foi vivendo de Manú. Para Jesualdo Ferreira, segue-se outro Estrela, na segunda ronda do apuramento para a fase de grupos da Taça UEFA.

Esse é também o objectivo do Vitória de Guimarães, que somou no sábado os primeiros três pontos na Liga, em vésperas da deslcação à Polónia, onde defronta o Wisla Cracóvia. Na recepção ao Marítimo (ainda sem Paulo Bonamigo, novo técnico), venceu por 1-0. Mário Sérgio roubou a bola a Manduca e serviu Marek Saganowski para o único golo do encontro.

Longe das lutas europeias estão Gil Vicente e Paços de Ferreira. A turma de Ulisses Morais reencontrou-se com as vitórias, deixando pata trás o conjunto de José Mota. Em Barcelos, o central Grégory (de bola parada, está bom de ver) adiantou os locais, cabendo ao regressado Williams o fecho do marcador. Uma estreia a marcar na Liga.

Na Figueira da Foz, Manuel Cajuda vai construindo uma equipa agradável. Apesar de debutante, a Naval já soma sete pontos. Pior para o Rio Ave, que fez uma exibição pálida e não soube como reagir ao golo solitário de Nélson Veiga.

Mau espectáculo de futebol também em Leiria, onde José Gomes já não é treinador. Jorge Jesus sucede-lhe após o nulo registado ante o Nacional. Sem vitórias, a União é também uma equipa sem público. Este fim-de-semana, e à semelhança do que vem acontecendo na maior parte dos encontros jogados na cidade do Lis, não estavam mais de 500 pessoas no Dr. Magalhães Pessoa – mau demais para um recinto que recebeu o Europeu de 2004.

André Viana