Última da série de entrevistas aos candidatos à Câmara Municipal do Porto nas eleições autárquicas do próximo domingo.

Terça-feira – João Teixeira Lopes, BE
Quarta-feira – Rui Sá, CDU
Quinta-feira – Francisco Assis, PS
Sexta-feira – Rui Rio, PSD-PP

O actual presidente da Câmara do Porto recandidata-se à autarquia que lidera desde 2002 em coligação com o PP. Reage às críticas dos adversários, reafirmando a sua política de habitação social no contexto da luta contra a insegurança.

Em entrevista ao JPN, Rui Rio diz que as críticas à sua política cultural provêm de “determinados agentes culturais que viviam da subsídio-dependência da autarquia” e afirma que só o “preconceito” pode originar a percepção que a cidade está parada em termos culturais. E diz que o Porto até “ganhou algum peso” no contexto nacional.

Licenciado na Faculdade de Economia do Porto, onde foi presidente da Associação de Estudantes, e antigo atleta federado pelo CDUP, Rui Rio promete que, se for eleito, o Pólo Zero vai avançar na Praça de Lisboa e que a câmara vai agir na resolução do impasse em torno do Estádio Universitário.

(Entrevista realizada por e-mail)

Que linhas mestras contempla o seu programa para o ensino superior?

A criação do “Pólo Zero” será para avançar na Praça de Lisboa, se voltar a assumir a Presidência da Câmara Municipal do Porto. Neste espaço pretendo, ainda, criar uma Loja de Apoio ao Primeiro Emprego. Considero excelente a criação de um espaço de estudo com funcionamento permanente. De facto, há um número significativo de estudantes que, pelas mais diversas razões não têm disponíveis espaços onde possam usufruir das condições ideais para trabalhar. Muitos estudantes vivem em lares, em residências universitárias ou em quartos alugados e estão sujeitos a regras, que devem cumprir, mas que muitas vezes não estão adequadas aos seus ritmos de trabalho. Por outro lado, o acesso aos espaços desportivos municipais continuarão a beneficiar de reduções de preços.

A FAP pede também que a Câmara seja mediadora num diálogo entre a reitoria e o CDUP em torno do Estádio Universitário. Os estudantes continuam sem um local para a prática de desporto a baixos preços. O que é que vai fazer neste domínio se for eleito?

A câmara celebrou um protocolo com a universidade para a promoção da actividade física junto de toda a comunidade académica, abrangendo docentes, discentes e funcionários, e que possibilita o acesso aos serviços e equipamentos desportivos da Associação do Gabinete do Desporto do Porto a preços reduzidos. Como antigo atleta do CDUP tudo farei para ajudar a resolver o problema.

Em entrevista ao JPN em Abril, o reitor da UP disse que “a Câmara, ao longo dos últimos anos, não teve nenhum papel relevante no crescimento da Universidade” e que gostava de sentir mais “carinho” da autarquia. Como comenta estas afirmações?

A política da autarquia tem promovido a aproximação da universidade e dos centros de estudo e investigação através do estabelecimento de inúmeros protocolos de cooperação, por exemplo, com a Faculdade de Letras para o projecto “Speak Easy”, com a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação para avaliar a qualidade das refeições servidas nas cantinas das escolas do 1º ciclo, com o IPATIMUP, entre outros. Por outro lado, o actual executivo tem feito um grande esforço para lançar o Porto como “Cidade de Ciência”. Estão a ser criadas infra-estruturas de apoio à actividade científica e de investigação, como é exemplo o “Autocarro Vivacidade“. Além do “Autocarro Vivacidade” foram criadas duas “Residências de Acolhimento”, no Conjunto Habitacional do Monte de S. João, que se destinam a acolher investigadores estrangeiros, que venham desenvolver actividade de investigação artística, científica e/ou tecnológica num departamento universitário ou centro de investigação do Porto.

Pedro Rios
Tiago Dias
Foto: DR