Uma casa de e para artistas, uma galeria, um lugar de convívio. O espaço MCO – Arte Contemporânea, localizado na Rua Duque de Palmela, perto da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, é tudo isto resumido numa única definição: um espaço alternativo onde jovens artistas podem trabalhar, conviver e mostrar o trabalho produzido.

O projecto nasceu de um “sonho”: dar a um artista a possibilidade de “após a saída das Belas Artes, ter onde ficar e trabalhar e, depois, ir para o estrangeiro expôr e vender os seus trabalhos”, explica Maria do Carmo Oliveira, uma das responsáveis pelo espaço.

O sonho foi crescendo e, com ele, foram-se ampliando objectivos. Agora, o grande objectivo é a “divulgação de artistas que estão a acabar o curso e, também, de artistas estrangeiros que não são muito conhecidos” em Portugal.

O MCO pretende dar oportunidade aos “miúdos que acabam o curso nas Belas Artes e que têm de ir dar aulas” porque não têm outro meio de subsistência. O intuito é adquirir trabalhos a jovens artistas e expô-los, para que eles possam “fazer o que gostam de fazer”, justifica Maria do Carmo.

O MCO divide-se em quatro pisos, que albergam múltiplas exposições simultâneas.

Abertura a todas as linguagens

Maria do Carmo explica que o espaço está aberto a todos os jovens artistas. “Desde que me interesse pelo trabalho”, acrescenta. O MCO tem uma “abertura completa a todas as linguagens actuais e a todas as estéticas”, esclarece a responsável.

Entre o secretismo e a timidez, Maria do Carmo Oliveira mostrou-se reticente em explicar ao JPN o significado da sigla MCO. Acabou por confessar que, “por acaso, coincide” com as iniciais do seu nome. Acrescentou, no entanto, que “o M pode remeter para os museus, por exemplo” e que MCO funciona como uma sigla, sem o ser verdadeiramente.

Alternativa a Miguel Bombarda

O facto de o espaço ficar próximo da Faculdade de Belas Artes é mera “coincidência”, esclarece Maria do Carmo Oliveira. “Moramos aqui perto, e já tínhamos esta casa”. O espaço foi adaptado, mas não foram feitas alterações de raiz à casa.

Maria do Carmo Oliveira acredita que o facto de o MCO estar distante da Rua Miguel Bombarda – onde se encontram concentradas grande parte das galerias de arte da cidade – não será factor de afastamento do público. Pelo contrário: “as pessoas podem procurar este espaço exactamente por ser uma alternativa aos restantes”, prevê a responsável.

Os preços dos trabalhos deverão oscilar entre os 150 e os 2.500 euros. “Quis que o preço não fosse desculpa para as pessoas não adquirirem os trabalhos”, justifica Maria do Carmo.

Texto e fotos: Ana Correia Costa