O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, afirmou hoje, terça-feira, que os próximos quatro anos à frente da autarquia vão ser de “coesão social”, de “uma especial atenção à educação” e de aposta na mobilidade.

Num discurso proferido durante a cerimónia de tomada de posse do presidente da Câmara e da Assembleia Municipal, Rui Rio anunciou que o seu primeiro acto depois da tomada de posse vai ser uma ida, amanhã de manhã, ao Bairro de Aldoar, onde durante a campanha eleitoral a sua comitiva quase foi agredida. Rio vai assistir ao início das obras de requalificação do exterior das habitações.

O autarca portuense reafirmou a continuidade do programa “Porto Feliz” e a possibilidade da expansão do projecto à “escala metropolitana, partilhando com outros municípios os conhecimentos e a experiênica adquirida”.

Rui Rio procurou enfatizar a importância da reabilitação urbana, particularmente na Baixa da cidade, “que não pode continuar abandonada”.

Numa sessão que contou com a presença do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, o autarca do Porto falou não só para os cidadãos da Invicta, mas também para todos os portugueses.

“Não faria grande sentido reafirmar os princípios programáticos, quando os portuenses e mesmo os portugueses já perceberam que os defendo intransigentemente e que os cumpro com todo o empenho possível”, afirmou Rui Rio.

O reeleito presidente da Câmara do Porto chegou mesmo a referir-se a um “novo e faraónico aeroporto da OTA”, ao pronunciar-se sobre as “finanças públicas” e o desequílibrio existente entre Lisboa e o resto do país.

Em declarações aos jornalistas após o encerramento da cerimónia, o ainda vereador do Ambiente, Rui Sá, comentou que “a tónica nacional [dada ao discurso] pode significar que o doutor Rui Rio tem outras ambições para além do Porto”.

O candidato derrotado do PS, Francisco Assis, por seu lado, afirmou que não encara o discurso do presidente da Câmara do Porto como possuindo uma inflexão para a escala nacional.

Futuro de Rui Sá ainda indefinido

De acordo com o candidato da CDU às autárquicas de dia 9 de Outubro, para que este venha a aceitar um pelouro, têm de ser cumpridas três condições: “que seja um pelouro com abrangência, com meios técnicos e humanos e com independência política”.

Rui Sá frisa que até agora não houve nenhuma proposta que atingisse estes três níveis, mas “têm havido negociações” com Rui Rio, porque os “pelouros são sempre uma competência do presidente”.

Quanto à hipótese de assumir um eventual pelouro da Ciência, Rui Sá afirma que “não sabe bem o que é” um pelouro da Ciência. E refere que desconhece a existência de tal pelouro em qualquer outra autarquia nacional.

O socialista Francisco Assis vai mesmo assumir o cargo de vereador na Câmara do Porto, conciliando esse posto com o lugar de deputado no Parlamento Europeu.

Texto e foto: Tiago Dias