A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) estão a desenvolver um veleiro “inovador” de competição com 10 metros.

A iniciativa, intitulada “Projecto Lusitano VIP – Veleiro Inovador Português”, sob a orientação do arquitecto naval Tony Castro, conta com a colaboração de mais de 30 estudantes e investigadores e um orçamento, para a fase inicial, que ronda os 100 mil euros.

No projecto estão também envolvidos a Associação de Estudantes da FEUP e a Administração Portos Douro e Leixões.

“Em Portugal não conheço outro projecto semelhante tanto pelas características técnicas como materiais”, que são “inovadoras”, explicou, ao JPN, o investigador do INEGI e director da Unidade de Engenharia e Gestão Industrial, João Falcão e Cunha. O investigador não adiantou os pormenores “inovadores” da embarcação.

Desejo de comercialização

O projecto tem dois objectivos proporcionais às suas duas fases. “Na primeira fase, que durará cerca de um ano, [está] a concepção de um veleiro inovador que envolva tanto as capacidades dos investigadores como as dos alunos. A segunda fase passará pelo desejo de comercialização do veleiro”, refere o professor que acredita que a embarcação venha a ter grande valor nos mercados internacionais.

“Se tudo correr bem pretendemos comercializar o produto. O envolvimento do arquitecto Tony Castro tem como um dos objectivos agilizar a comercialização, através de uma possível parceria com um estaleiro”, salientou.

O arquitecto, que servirá para assegurar a qualidade do projecto, reside actualmente no Reino Unido e é reconhecido internacionalmente como um dos melhores arquitectos navais “com uma experiência de 25 anos, muitos prémios nos mercados internacionais e nos comités internacionais de vela”.

Estudantes tripulam veleiro

Para além da comercialização, os responsáveis pelo projecto pretendem constituir uma equipa de estudantes da FEUP para tripular o veleiro “em regatas e outras competições internacionais”.

“Há ideias, mas é melhor esperar para ver”, refere João Falcão e Cunha, que alude ainda ao facto de “Portugal ter uma tradição história na navegação, que já há muito tempo se começou a perder”.

Pedro Sales Dias
Foto: INEGI