Cientistas da Universidade Nacional da Austrália (UNA) anunciaram hoje, quinta-feira, a descoberta de uma nova fonte de energia para as viagens no espaço. O propulsor iónico deverá ser testado pela Agência Espacial Europeia (ESA).

O “Helicon Double-Layer Thrust” (HDLT) é uma “fonte de energia mais simples, segura e barata do que as tecnologias rivais”, explicou, à rádio australiana ABC, a investigadora Christine Charles.

O novo propulsor iónico utiliza a electricidade solar para criar um campo magnético através do qual passa hidrogénio, provocando uma corrente de plasma que propulsiona a nave.

“Não precisa de partes móveis, nem de eléctrodos, e parte de um fenómeno físico”, acrescentou Christine Charles.

Segundo a responsável, se os testes da ESA se revelarem positivos, a nova fonte de energia poderá ser aplicada em viagens espaciais dentro de alguns anos. “Tudo depende do financiamento e das políticas, mas acho que num horizonte de cinco a 10 anos a sua aplicação será possível”, referiu.

Cientistas querem que governo invista

O professor Rod Boswell, daquela universidade australiana e também membro do projecto, refere que o governo australiano está a ser pressionado pelos cientistas para que assine um memorando de entendimento com a ESA para que a Austrália continue a participar na investigação espacial europeia.

O investigador espera que o governo australiano invista 25 milhões de dólares na organização espacial e que a indústria australiana se envolva no projecto.

Pedro Sales Dias
Foto: ESA