O ano de 2005 foi o mais seco e teve o segundo mês de Junho mais quente desde 1931, com uma temperatura média do ar de 15,6 graus, “0,6 graus acima dos valores médios medidos entre 1961 e 1990”, segundo um relatório divulgado hoje, quarta-feira, pelo Instituto de Meteorologia (IM).

O relatório refere também que, excepto durante Outubro, 2005 registou valores de precipitação muito inferiores à média.

Seca mais grave dos últimos 60 anos

De acordo com o balanço, que caracteriza 2005 como “extremamente seco”, o ano passado foi constituído por fenómenos climáticos relevantes tais como a onda de frio em Janeiro e Fevereiro, a ocorrência de duas ondas de calor em Junho e a “seca severa e extrema” até final de Setembro, considerada por aquele instituto como a “mais grave dos últimos 60 anos”.

Grande parte do território esteve em seca “severa” e “extrema” sete a nove meses consecutivos e 10 a 11 meses nas regiões do litoral Norte, parte do Alentejo e alguns locais do Centro.

Por outro lado, a temperatura média do ar esteve 0,6 graus acima dos valores normais com algumas regiões do Norte e interior Sul, a registar valores superiores a um grau acima da média.

Precipitação inferior à média

2005 foi também um ano com valores de precipitação média inferiores aos normais. Em relação aos valores médios colhidos entre 1961 e 1990, grande parte do território apresentou valores inferiores a 60%, e numa faixa das regiões Norte e Centro os valores são mesmo inferiores a 50%. Apenas na região de Sagres os valores foram superiores a 70%.

Segundo dados da Organização Meteorológica Mundial [DOC], 2005 foi o segundo ano mais quente de sempre e está entre os quatro mais quentes desde 1861. A última década, exceptuando 1996, foi a mais quente desde que há registo metereológico.

Pedro Sales Dias
Foto: SXC