Dan Brown, autor do best-seller “O Código Da Vinci”, está a ser julgado desde segunda-feira num tribunal londrino no âmbito de uma acusação de plágio. Richard Leigh e Michael Baigent, autores de “O Sangue de Cristo e o Santo Graal”, processaram a editora Random House por, alegadamente, ter plagiado a ideia central do seu livro e tê-la cedido a Brown.
A Random House, editora de ambos os livros, rejeita a acusação, argumentando que o “copyright” não é válido para ideias e teorias históricas. O livro de Leigh e Baigent foi publicado em 1982 e especula sobre a hipótese de Jesus se ter refugiado em França com Maria Madalena, com quem teria casado e tido filhos.
Agora, o juíz do Tribunal Superior de Londres suspendeu o processo até terça-feira para poder ler “atentamente” os dois livros em disputa, assim como outras duas obras que teriam inspirado “O Código Da Vinci” (“Templar Revelation”, de Lynn Pycknett, e “Woman with the Alabaster Jar”, de Margaret Starbird).
Prevê-se que o caso prossiga em tribunal durante as próximas três semanas. Dan Brown assiste ao processo e deverá testemunhar na próxima semana. Uma experiência que não é nova para o escritor norte-americano: em Agosto de 2005, Lewis Perdue acusou-o de apropriação indevida de ideias dos seus livros “Daughter of God” e “The Da Vinci Legacy”. O tribunal de Nova Iorque que julgou o caso deu razão a Brown.
Uma história de polémicas
“O Código Da Vinci” foi publicado em 2003 e, desde então, vendeu mais de 36 milhões de cópias em todo o mundo e foi traduzido em 44 línguas. O astronómico número de vendas não será certamente alheio à acesa polémica que a obra de Dan Brown tem causado.
O Vaticano declarou guerra a “O Código…”, acusando Brown de deliberadamente “desacreditar a Igreja Católica” e apelando aos fiéis para que “não lessem nem comprassem” o livro.
O processo de plágio a que “O Código Da Vinci” está sujeito pode atrasar a estreia do filme homónimo de Ron Howard, prevista para 19 de Maio. Tom Hanks e Audrey Tatou são as estrelas do filme, que conta com um orçamento de cem milhões de euros.
