A licenciatura em Jornalismo e Ciências da Comunicação (LJCC) vai sofrer alterações devido à uniformização do ensino superior a nível europeu, o processo Bolonha.

A licenciatura vai passar de quatro para três anos. Vão surgir cadeiras novas, como por exemplo, Cinema de Animação, Estado e Administração, Argumentos e Estruturas Narrativas. Algumas disciplinas vão desaparecer e outras vão fundir-se. O director da LJCC, Rui Centeno, não quis avançar mais pormenores sobre estas cadeiras porque o projecto ainda não foi aprovado.

Definitivo parece ser o facto de o último semestre ser reservado à cadeira Projecto. Ou seja, os alunos que escolherem estagiar ou fazer um trabalho no último semestre deixam de ter aulas juntamente com o estágio.

Novo nome

A licenciatura pode deixar cair a palavra “Jornalismo” da nomenclatura. Este ponto não é consensual mas parece haver uma maior inclinação para o nome “Licenciatura em Ciências da Comunicação”. Rui Centeno explica que tem havido um esforço a nível nacional para harmonizar os nomes dos cursos da mesma área e “condicionar o aparecimento de licenciaturas muito específicas”. As especificações são deixadas para os mestrados, revela.

A licenciatura vai continuar a ter três “itinerários” – jornalismo, assessoria e comunicação multimédia. As variantes vão continuar a ter um tronco comum. É no quinto e sexto semestres que os alunos vão poder optar por uma destas vertentes, ou seja, no último ano do curso. A manutenção de um tronco comum, segundo Rui Centeno, garante uma “formação transversal para os alunos”.

Aulas diferentes

Mas as mudanças cruciais para Rui Centeno são outras. “A grande mudança não se relaciona com a duração das licenciaturas, mas com o tipo de ensino”, afirma. A avaliação vai abranger várias vertentes de ensino: aulas; orientação tutorial, em que o professor orienta individualmente cada aluno; e projectos individuais dos alunos, que vão desde trabalhos para uma disciplina a experiências profissionais como o estágio. Cada uma destas modalidades de ensino vai contribuir com uma percentagem fixa para a nota.

O director da LJCC admite que a adaptação não vai ser fácil para professores ou alunos. Ao aluno esta modalidade de ensino exige mais trabalho. O professor vai ter de mudar a sua forma de ensino de há muitos anos. “Mas acredito que têm capacidade de promover esta mudança”, afirma.

O projecto de reestruturação do curso está na etapa final e ainda espera pela aprovação da Comissão Científica. Até Maio vai ser apresentada a versão final do documento.

Tatiana Palhares