Os casos graves de queimados já têm um serviço próprio, moderno e especializado na Região Norte. Foi ontem, sexta-feira, inaugurada a unidade de Queimados do Hospital São João (HSJ). Depois de cinco anos de burocracia e de obras, o novo serviço entra em pleno funcionamento já na próxima segunda-feira.

Trata-se de um serviço há muito esperado na região Norte, uma vez que, até agora, os casos graves de queimados que dessem entrada no HSJ eram encaminhados para hospitais privados ou para os hospitais da Universidade de Coimbra.

“É uma boa notícia para o HSJ, para o Porto e para a região Norte. Até aqui sobrecarregávamos Coimbra com os doentes que davam entrada em estado muito grave de queimado. Agora com maior humanidade, vamos poder prestar assistência a esses doentes sem os submeter a viagens ou a gastos avultados, já que também recorríamos ao hospital da Prelada que não pertence ao serviço de saúde público do Estado”, frisou o director do HSJ, Eduardo Guimarães.

As novas instalações contam com cinco quartos individuais, um bloco operatório próprio, banhoterapia, ar condicionado e música ambiente. A ideia é tornar este espaço mais acolhedor e humanizado para os utentes. O investimento total ronda os dois milhões de euros e é fruto de um estudo académico do director da unidade de Queimados, José Amarante.

A nova unidade do HSJ tem uma equipa de 4 intensivistas e 23 enfermeiros, “pessoas que têm a função de tornar o ambiente mais agradável para doentes e familiares”, referiu José Amarante. E está apetrechada com “um conjunto de equipamento moderno que reduz ao máximo o risco de infecções”, e que permite tratar o doente em toda a fase do processo naquele local.

Apesar das vantagens, José Amarante admite que seria adequado criar na região Norte uma unidade de Queimados para crianças. “Há esse projecto, talvez para a zona de Braga. Aliás, o projecto inicial da materno-infantil tinha uma unidade de Queimados para nove ou 10 lugares para crianças”, disse.

Estima-se que por ano o HSJ receba em média mais de 200 casos de elevada gravidade, daí que a criação desta unidade de Queimados fosse considerada uma prioridade. “Este é dos hospitais que mais queimados graves trata, daí a necessidade absoluta da unidade”, vincou o director, José Amarante.

Na inauguração estiveram presentes vários especialistas da área vindos de todo o país que contribuíram de alguma forma para a implementação deste serviço, sendo convicção da direcção do HSJ que estes profissionais vêem nesta unidade “uma contribuição fundamental para a gestão destes casos ao nível hospitalar em todo o país”.

Texto e Foto: Paula Teixeira