Dois milhões de euros, um auditório e uma nova cantina. São cinco pisos que solucionam a maioria das necessidades dos alunos, mas não todas.

O novo pavilhão da Faculdade de Belas Artes (FBAUP) foi inaugurado hoje, quinta-feira, pelo reitor da Universidade do Porto (UP), Novais Barbosa. O Pavilhão Sul é da autoria do arquitecto Alcino Soutinho e junta-se a outros seis edifícios da faculdade. Uma cantina com 116 lugares sentados – que ainda não está concluída -, um auditório com capacidade para 84 pessoas, várias salas de aula e nove gabinetes administrativos compõem os cinco pisos do edifício.

O Pavilhão Sul custou mais de dois milhões de euros, ocupa 3.280 metros quadrados e demorou dois anos a construir. A obra foi financiada pelo PIDDAC e pelo FEDER, mas a FBAUP contribuiu com 180 mil euros provenientes de receitas próprias.

Novais Barbosa disse ao JPN que o pavilhão está implementado numa zona “difícil”, mas que está “muito bem aproveitado”. O reitor da UP classificou o edifício como “agradável”, “funcional” e prestigiante para a faculdade.

O presidente da Associação de Estudantes da FBAUP (AEFBAUP), Hélder Bento, afirma que o pavilhão, onde os alunos já têm aulas desde Fevereiro, trouxe “condições muito abonatórias para as aulas”. Segundo Hélder Bento, o novo pavilhão veio resolver problemas de falta de espaço e trouxe condições muito boas para os alunos. “Havia aulas em que não cabiam todos os alunos no pavilhão antigo, o que não acontece agora”, diz.

“No entanto, permanecem problemas com disciplinas relacionadas com o espaço físico – um aluno de escultura ou pintura precisa de um distanciamento físico bastante grande da peça com a qual está a trabalhar”, confessa o presidente da AEFBAUP. “Acredito que paulatinamente se libertem espaços dos outros pavilhões com a transferência das aulas para este, mas penso que isso não será suficiente”, afirma.

Alunos de escultura sentem-se excluídos

Miguel Santos, aluno do quarto ano de Escultura, reclama melhores condições para o curso de Escultura da FBAUP. Miguel considera que são os alunos de Escultura quem mais precisa de espaço. No entanto, o pavilhão novo foi pensado para design.

O aluno disse ao JPN que o novo edifício “não é útil” para o seu curso porque os acessos dificultam a entrada das obras. “As portas são estreitas, as rampas têm um declive acentuado e menos de um metro de largura”, afirma. Miguel Santos tem algumas aulas teóricas no pavilhão novo, mas não se sente satisfeito com a obra.

Tatiana Palhares
Foto: Ana Sofia Coelho