Para a maioria dos milhões de peregrinos que constantemente acorrem a Espanha, todos os caminhos vão dar a Santiago de Compostela. Mas para alguns milhares ele segue até Finisterra, o ponto mais ocidental do país vizinho, onde o mar espera a terra.

As primeiras referências a peregrinos que, de toda a Europa, se deslocavam a pé até Finisterra datam do ano 1119, que na altura se cria ser o ponto mais ocidental da Europa. Mas sabe-se que, muito antes, já os Celtas, que haviam colonizado a Galiza, e os romanos caminhavam até ao “fim da terra”, numa peregrinação que simbolizava a viagem do sol de Oriente para Ocidente.

Por volta do ano 1000, com a descoberta do sepulcro de Santiago e a construção da capela que o abriga, o caminho até Compostela torna-se o ponto de devoção dos peregrinos cristãos. Para tal contribuiu ainda o Códice Calixtino, que o Papa Calixto publicou no século XX, concedendo privilégios espirituais e indulgências a quem se deslocasse ao túmulo do apóstolo.

Actualmente, as rotas que, por toda a Europa, desaguam em Santiago de Compostela, são Património da Humanidade. Há quem opte por terminar caminho na Catedral de Santiago, mas há também quem tenha a cidade como ponto de partida para Finisterra, uma peregrinação que dura, em média três dias.

Como ir

Os cerca de 89 quilómetros que ligam Santiago a Finisterra estão equipados com uma rede pública de albergues que, gratuitamente, permitem que os peregrinos tomem banho e descansem.

Negreira, Oliveroa, Cee, Corcubion e Finisterra são as povoações que oferecem abrigo aos peregrinos, depois de etapas diárias de 20 a 30 quilómetros. Há também quem opte por, chegado a Finisterra, percorrer mais 31 quilómetros até Muxía, prolongando a viagem pela Costa da Morte.

O Porto está na rota de todos os caminhos que ligam Portugal a Finisterra. É só seguir as setas amarelas.

Texto e fotos: Andreia C. Faria