O número de vítimas de queimaduras que dão entrada nas urgências dos hospitais portugueses é “preocupante”. É o que diz um estudo pioneiro realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) sobre a incidência e causas das queimaduras no nosso país, levado a cabo pelo Serviço de Cirurgia Plástica Reconstructiva e Estética da FMUP, sob a direcção de José Amarante, director da unidade de Queimados do Hospital São João, no Porto, recentemente inaugurada.

Depois de consultarem registos de 91 hospitais de todo o território nacional entre os anos de 1993 e 1999, os investigadores chegaram à conclusão de que “por ano, chegam às urgências dos hospitais portugueses mais de dois mil casos de vítimas de queimaduras com gravidade”, sendo que a região mais afectada é a do Norte, com 37% dos casos.

Outra das conclusões da investigação é a de que a taxa de mortalidade em resultado de queimaduras é de 3,7%, um número bastante elevado em comparação a outros países.

O estudo concluiu ainda que o número de crianças queimadas, um dos maiores grupos de risco, tende a diminuir.

Inês Castanheira
Foto: Arquivo JPN