No dia em que se comemora o 16º Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, as organizações internacionais de jornalistas chamam a atenção para os dados de 2005 relativos ao número de profissionais mortos e para os entraves à liberdade de imprensa.

O ano de 2005 foi o mais mortífero dos últimos 10 anos, afirma o relatório [PDF] dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Mais de 60 jornalistas perderam a vida, mais de 800 foram presos e 1.300 foram atacados ou ameaçados fisicamente em resultado da realização da actividade.

Mais de 1.000 órgãos de informação em todo o mundo, metade dos quais no Nepal, foram censurados durante 2005, adianta ainda os RSF.

Já o Comité para a Protecção de Jornalistas (CPJ) refere que o ano passado foram mortos 47 jornalistas, mais de três quartos dos quais com o objectivo de silenciar ou punir o trabalho jornalístico desenvolvido. Segundo o Comité, o Iraque continua a ser o país mais perigoso para os profissionais desta área, apesar de, comparativamente a 2004, se ter registado um decréscimo no número de jornalistas mortos em trabalho.

Em Portugal, o Sindicato de Jornalistas (SJ) aponta impedimentos à realização da profissão. “A democracia exige jornalistas livres”, lembra a SJ em comunicado.

Numa altura em que prossegue a revisão do Estatuto do Jornalista e do Código Penal, o SJ quer ver o Governo responsabilizado por alterações legislativas relacionadas com a actividade jornalística ou “quando permite que a legislação em vigor seja violada”.

Inês Castanheira
Foto: US DOD