É o abrandar das manifestações dos militares “peticionários”. O ministro dos Negócios Estrangeiros timorense disse à Rádio Renascença que “a esmagadora maioria regressou às suas aldeias, haverá mais de 100 dentro e fora de Díli ainda, mas sem intenção de continuar qualquer iniciativa”.

“O Governo já está em contacto com muitos, em diferentes distritos, para se registarem e receberem os seus salários e participarem na comissão de inquérito”, disse ainda Ramos Horta.

Entretanto, as Nações Unidas aconselharam os responsáveis pelas suas delegações a adoptarem “medidas de precaução” devido à instabilidade do país, avançou a Lusa. As medidas aconselhadas relacionam-se com a possibilidade de os funcionários da ONU ficarem confinados durante um longo período de tempo ao seu local de trabalho.

Ramos Horta afirma que o governo deve “ter paciência e muito sentido de serenidade e continuar a controlar a situação, veiculando uma mensagem de calma e de tolerância”.

Com o aumento da instabilidade no país, a população refugiou-se nas montanhas e noutros locais de abrigo como as igrejas. A ONU avalia que no fim de semana passado o número de deslocados rondou os 13 mil. O ministério dos Negócios Estrangeiros admitiu num comunicado, citado pela Lusa, que a população “continua preocupada com os rumores” e continua a deslocar-se para locais mais seguros. Nesse mesmo comunicado, o governo afirma que “os receios da população são infundados”.

A contestação dos militares atingiu o pico na passada sexta-feira numa manifestação que provocou dois mortos e três dezenas de feridos. Ainda ontem o Tenente Gastão Salsinha, porta-voz dos “peticionários”, como se auto-denominam, afirmou que os militares não iriam descer das montanhas.

As exigências mais visíveis dos militares estão a ser cumpridas pelo governo. Está a ser ultimada a comissão de inquérito para apurar se houve ou não discriminação na forças militares e o governo assume agora o compromisso de aceitar de volta os militares que se rebelaram.

Tatiana Palhares