São três as opções que o Executivo de Sócrates dá aos futuros pensionistas: trabalhar até mais tarde, ter uma reforma mais pequena ou optar por um reforço nos descontos para a Segurança Social. Em causa está o aumento da esperança de vida e, consequentemente, o tempo que as pessoas recebem uma pensão.

Além disso, a fórmula de cálculo que contempla toda a carreira contributiva vai entrar em vigor mais cedo – em vez de ser em 2017, pode ser já no próximo ano. Na prática, para a maioria dos futuros pensionistas significa que o valor da pensão vai ser mais baixo.

Os aumentos anuais de pensões vão ser feitos em função do comportamento da economia. E acabam as pensões mais altas que o vencimento do Presidente da República.

Por outro lado, o Governo considera que é preciso fomentar a natalidade e, por isso, poderá haver redução da Taxa Social Única para quem tiver mais filhos, além de um reforço no abono de família.

Na reunião de hoje com os parceiros sociais, José Sócrates vai dar mais alguns pormenores sobre a proposta.

UGT opõe-se às medidas já conhecidas

As medidas já conhecidas contam com a oposição da UGT. O coordenador da União Geral de Trabalhadores, Alfredo Correia, disse, ao JPN, que “nenhuma das três medidas vai ao encontro do programa e da política da UGT”.

“O reforço e a consolidação do sistema de Segurança Social não se resolve pura e simplesmente com essas medidas”, acredita. “O reforço da Segurança social consegue-se através de uma maior produtividade e de mais emprego”, defende o sindicalista.

Alfredo Correia considera que “enquanto o desemprego continuar a subir astronomicamente, como tem acontecido neste ano, e enquanto [houver] mais famílias com desempregados – no Norte, uma em cada oito pessoas está desempregada -, [caminhar-se-á para] a falência da Segurança Social”.

“Temos é que contribuir para mais e melhor emprego e para o combate à fraude fiscal. Não é com medidas gravosas para os trabalhadores, como o aumento da idade da reforma, o aumento dos descontos [para a Segurança Social] e a diminuição das pensões que se resolve [o problema]”, diz o coordenador da UGT. “O movimento sindical irá opor-se às medidas [do Governo] hoje e no futuro”, garante.

Gina Macedo
Foto: SXC