Os estrangeiros legais em Portugal já são 4% da população total, diz o Relatório Anual de Segurança Interna que vai hoje, quinta-feira, a Conselho de Ministros, avançam os jornais “Público” e “Correio da Manhã”.

Durante o ano de 2005, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) registou 457.721 imigrantes em situação legal no nosso país, o que corresponde a um aumento de 3% em relação ao ano anterior.

No entanto, o número total de imigrantes residentes no país pode ultrapassar o meio milhão. As autoridades estimam que em cada três imigrantes um não tem a sua situação regularizada.

No relatório de segurança interna, consta ainda o aumento do número de expulsões de estrangeiros do país (em 52%) e do número de processos-crime por falsificação de documentos ou auxílio à imigração ilegal em curso (em 19%). Ambos os valores são fortes indicadores do aumento da pressão nas fronteiras de Portugal.

Os países que representam maior risco migratório são, segundo o relatório do SEF, a Roménia, Ucrânia, Moldova, Angola, Guiné-Bissau, Senegal e Brasil. São os brasileiros, aliás, que representam o maior número de pedidos de entrada em Portugal recusados.

Para o porta-voz do Alto Comissariado para Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), Bernardo de Sousa, “não se trata de nada de novo em relação às estatísticas que são conhecidas”. É até “expectável que este número possa vir a aumentar”, afirma ao JPN.

“É importante desfazer a ideia de que estamos a ser invadidos por imigrantes”, até porque, diz Bernardo de Sousa, o número de cidadãos imigrantes regularizados em Portugal, “em comparação com os números de outros países da União Europeia, é muito inferior”.

O relatório que vai hoje, quinta-feira, a Conselho de Ministros regista ainda uma diminuição de 5,5% dos crimes participados às forças de segurança e uma descida do crime violento e grave e da criminalidade grupal.

Inês Castanheira
Foto: SXC