O Governo português terá de continuar com o processo de contenção das despesas do Estado, segundo Bruxelas. No documento publicado hoje, segunda-feira, a Comissão Europeia (CE) alertou ainda para subida do desemprego, que poderá atingir os níveis de 8,3%, ultrapassando a média europeia de 8,2%, o que não sucede há sensivelmente duas décadas.

A esperança de recuperação da actividade económica nos próximos anos indicia algumas melhorias no emprego e capacidade empregadora de Portugal mas, segundo a CE, tal não bastará para uma diminuição relevante do desemprego.

Ainda assim, Bruxelas prevê uma melhoria do défice orçamental em 2006, que deverá passar dos 6,0% do PIB em 2005, para 5,0% em 2006, valor acima da meta de 4,6% prevista pelo Governo.

Bruxelas aponta ainda para um crescimento económico inferior ao do estimado pelo Executivo de José Sócrates, sendo que segundo o documento se deverá ficar pelos 0,9%, contra os 1,1% previstos pelo ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.

Estas previsões, adverte a CE, poderão, no entanto, possuir uma margem de erro relevante, já que algumas das medidas de reestruturação da administração pública, assim como reformulações no seio da Segurança Social e outras medidas do Governo, não foram contempladas na compilação do relatório.

André Sá, com agências
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