O governo espanhol vai passar a controlar por satélite a entrada de imigrantes ilegais no território continental e nas ilhas Canárias.

A porta-voz do governo espanhol, Maria Teresa Fernández de la Vega, anunciou o reforço, a curto prazo, da vigilância aérea e marítima das fronteiras terrestres, aéreas e marítimas espanholas.

De acordo com o “El Mundo” “online”, o governo espanhol também está a ponderar assinar novos acordos com África, principal origem dos imigrantes ilegais que dão entrada em Espanha.

Senegal, Mali, Nigéria e Gana são os principais países com os quais o governo espanhol pretende assinar acordos para o repatriamento. Nas fronteiras com o Senegal, por exemplo, serão reforçadas as medidas de segurança e o controlo através de aviões de reconhecimento. Ainda esta semana estará em funcionamento um novo dispositivo naval.

Maria Tereza de la Vega vincou que a “terrível realidade” de “milhões de seres humanos que deixam o seu país em busca de uma vida melhor” tem sido uma das “primeiras linhas de trabalho deste governo”. O executivo de Madrid tem trabalhado, desde Março deste ano, em “quatro frentes”: repatriações, segurança, acolhimento e cooperação com os países de origem dos imigrantes ilegais.

Reunião de emergência

Ontem, segunda-feira, a porta-voz do governo espanhol, de la Vega, convocou uma reunião de emergência com os ministros do Trabalho e dos Assuntos Sociais, Jesus Caldera, do Interior, Aldredo Peréz Rubalcaba e com outros responsáveis de departamentos e serviços da área da imigração, para “avaliar o problema da imigração ilegal”.

Esta reunião surge na sequência da chegada de cerca de mil imigrantes, entre sexta-feira e domingo, às ilhas Canárias.

A maioria dos imigrantes ilegais chega em embarcações oriundas de África chamadas “cayucos”, barcos frágeis de fibra de vidro e a motor, de 14 a 18 metros apenas, que transportam 50 a 70 pessoas de cada vez.

Desde o início do ano já chegaram às Canárias mais de seis mil imigrantes ilegais vindos de vários países de África. Em Março foram enviados mais recursos para as Canárias e disponibilizados quartéis militares para recolher dois mil imigrantes ilegais oriundos da Mauritânia.

Paula Teixeira