Com a internacionalização como meta o candidato a reitor da Universidade do Porto (UP), à semelhança do seu adversário, Marques dos Santos explica as motivações da sua candidatura: colocar a universidade nas 100 melhores universidades da Europa daqui a cinco anos e implementar um modelo de governação “mais eficaz que o actual”.

O actual vice-reitor da UP promete ter uma “presença pública mais activa” do que Novais Barbosa e quer diversificar as fontes de financiamento da instituição.

Por que é que se candidata a reitor?

Como vice-reitor, tive oportunidade de conhecer as faculdades e pareceu-me que tinha as características e conhecimentos adequados a um mandato de reitor. Candidato-me numa atitude de serviço. A única recompensa é ver obra feita e ter o gozo de ver as coisas evoluir.

Foi, portanto, uma candidatura pensada e apoiada?

Com certeza, consultei vários colegas e todos me entusiasmaram. Se eu sentisse que a universidade, através dos seus líderes de opinião, pensasse que a minha candidatura não seria de interesse, não me candidatava. Penso que tenho as características para o cargo mas parece-me que só com a aceitação da comunidade é possível desempenhar o cargo de reitor.

Quais são os principais pontos em que se vai focar, se for eleito?

Proponho-me a estudar um modelo de governação mais eficaz que o actual, uma governação baseada na confiança e na responsabilização. Os órgãos devem ser avaliados e responsabilizados por aquilo que fazem. E quero alargar internacionalização. Quero que em 2011, quando a UP fizer 100 anos, ela esteja entre as 100 melhores universidades europeias.

Como atingir essa meta?

Intensa actividade de comunicação, com um gabinete de comunicação bastante activo, que faça campanha de “marketing” junto dos potenciais investidores. Temos que ter um conjunto de infra-estruturas de alto nível, edifícios, rede informática e infra-estruturas desportivas.

Falou na necessidade de “vender” a UP a nível internacional. Não será necessário fazê-lo primeiro no nosso país?

A comunicação que pretendemos fazer é interna e externa. A UP deve ter uma ambição internacional mas não pode esquecer a comunidade em que está inserida, tem que se preocupar com os elementos da comunidade local, ao nível do desenvolvimento da cultura e ao nível social e económico.

O processo de Bolonha vem facilitar essa internacionalização da UP?

Se conseguirmos tirar partido de tudo o que Bolonha representa, é uma ferramenta importante para essa internacionalização da UP, para atrair docentes, alunos e investigadores a Portugal.

Ana Rita Basto
Foto: JPR