Sai amanhã, quarta-feira, o primeiro número do “RX”. O novo jornal, de periodicidade quinzenal, pretende ocupar o espaço deixado vago pelo “Blitz”, cujo regresso em formato revista está marcado para 22 de Junho.

A primeira edição, com os Snow Patrol na capa, terá 32 páginas (o número deve aumentar em edições futuras) e será distribuído gratuitamente em universidades, escolas, cinemas, bares, lojas de discos e bibliotecas das cidades de Lisboa, Porto e Setúbal, bem como nos festivais “Rock In Rio” e “Super Bock Super Rock XL”.

A partir de 14 de Junho, o “RX” custará 1 euro e terá uma tiragem de 20 mil exemplares. O jornal é assegurado por uma pequena redacção e, sobretudo, por colaboradores externos.

A escolha da data de lançamento não foi inocente. “O lançamento já está a ser preparado há algum tempo. Este lançamento relâmpago tem muito a ver com esta época quente dos festivais, para estarmos já em forma para o Verão. E também com o facto de o mercado se ter esvaziado de um momento para o outro”, explica o director do projecto, Rui Maciel, ao JPN.

Dedicado à música, mas também ao cinema, o “RX”, propriedade da empresa MX3 Artes Gráficas, é um regresso ao formato original do “Raio X”, que surgiu em 1998 enquanto jornal, tornando-se mais tarde numa revista. “O objectivo é colmatar uma falha de mercado. Neste momento não há jornais de música fora dos diários”, diz o director.

Apesar da imprensa musical portuguesa atravessar uma situação difícil, que levou ao fecho e remodelação de várias publicações, Rui Maciel acredita que existem leitores para justificar um novo título. “O espaço existe, vamos ver se o ‘RX’ consegue [conquistá-lo]. Se existiam dois ou três [títulos] a certa altura, e era possível, talvez agora, sendo só um, também seja”, sustenta.

Segundo o director, a publicação, dirigida a um público dos 15 aos 30 anos, ocupa um “espaço interessante a nível de publicidade” e “quantidade de leitores”. “Basta ver esta febre dos festivais. Há um grande mercado a ser explorado”, ilustra.

“As publicações de música sofrem uma forte concorrência. Quem quer ler a crítica a um disco quando o pode ouvir à distância de um click?”, reconhece Rui Maciel. Por isso, o “RX” tem como “trunfos” “ir onde os fãs não podem ir, ir aos bastidores falar com as bandas, conhecer os músicos a um nível pessoal” e ir além da “notícia, reportagem ou crítica”.

Pedro Rios
Foto: DR