A Associação Nacional de Farmácias (ANF) aceita retirar aos licenciados em farmácia a exclusividade de propriedade das farmácias, medida que foi anunciada hoje, sexta-feira, pelo primeiro-ministro, José Sócrates.

A ANF afirma ter aceite a liberalização das farmácias, embora tenha sempre defendido o modelo que está actualmente em vigor, argumentando que “é o que melhor serve os interesses dos doentes”, diz a associação, em comunicado. Além disso, lembra ainda a ANF, “é este o modelo que vigora na esmagadora maioria dos países da Europa Comunitária, nomeadamente os mais desenvolvidos”.

O anúncio da decisão de liberalizar a propriedade das farmácias foi feito esta manhã no debate mensal da Assembleia da República e surge depois de um encontro do primeiro-ministro José Sócrates com a Associação Nacional de Farmácias.

“Ao aceitar esta negociação conclusiva com o Governo, demonstrámos, mais uma vez, que as farmácias querem continuar a ser um parceiro responsável e patriótico no sector da saúde”, acrescenta a ANF.

De acordo com a medida anunciada na Assembleia da República, apesar da liberalização da propriedade, os directores técnicos continuaram a ter de ser obrigatoriamente licenciados em farmácia e vai ser também estabelecido um limite à concentração da propriedade de múltiplas farmácias, para garantir que não haja entraves à concorrência.

Inês Castanheira
Foto: Paula Teixeira/Arquivo JPN