A Fenprof pediu hoje, quinta-feira, a demissão da ministra da Educação (na foto) e convocou uma greve nacional antes do fim do ano lectivo (23 de Junho). É a reacção da Federação Nacional dos Professores às declarações proferidas por Maria de Lurdes Rodrigues na segunda-feira.

Em conferência de imprensa, realizada hoje, em Lisboa, o secretário-geral da Fenprof, Paulo Sucena, classificou as palavras da responsável da tutela como “um bárbaro assassínio profissional de mais de 145 mil docentes”.

A ministra da Educação responsabilizou, segunda-feira, os docentes pelos níveis de insucesso escolar no país, motivando violentas reacções. “Os professores e educadores estão fartos dos descontrolados impulsos persecutórios da ministra da Educação”, acusou hoje Paulo Sucena.

Maria de Lurdes Rodrigues afirmou que a cultura profissional dos professores “não está orientada para os resultados de todos” mas “apenas de alguns”, vigorando nos estabelecimentos de ensino uma espécie de “aristocracia” em que os alunos mais difíceis ficam com os professores menos experientes.

Além disso, muitos procedimentos escolares têm uma lógica mais burocrática do que voltada para os objectivos reais do ensino, afirmou a ministra.

O porta-voz da Fenprof criticou ainda a proposta do Estatuto de Carreira apresentada pela responsável da pasta da Educação. “O Estatuto de Carreira está a ser alvo de uma esmagadora rejeição. É o momento oportuno para o primeiro-ministro afastar a actual equipa ministerial”.

Carina Branco
Foto: Pedro Rios/Arquivo JPN