O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, apelou hoje, segunda-feira, a um cessar-fogo entre Israel e o movimento de resistência militar à presença israelita, Hezbollah.

“Precisamos que as partes envolvidas entrem em acordo, o mais depressa possível sobre um cessar-fogo, a fim de nos darem tempo para trabalhar”, disse Koffi Annan, à margem da cimeira do G8, em São Petersburgo.

Annan defende a intervenção de uma força internacional para pôr termo às hostilidades, que começaram quarta-feira, 12 de Julho. “Apelo às partes que sejam selectivas nos seus alvos, que mantenham em vista o direito humanitário internacional e poupem vidas de civis, bem como as suas infraestruturas”, disse o secretário-geral da ONU.

Seis dias de violência

As hostilidades entre Israel e o Líbano entram hoje no sexto dia. Já morreram 110 libaneses, a maioria civis, e 24 israelenses. A artilharia israelita ao longo da fronteira com o Líbano está hoje a bombardear as posições da milícia xiita Hezbollah (Partido de Deus).

As autoridades militares do Estado judeu advertiram a população do centro do país sobre a possibilidade de um ataque da milícia do Hezbollah, com mísseis que possuem um alcance de 200 quilómetros. Se os guerrilheiros libaneses os dispararem, a população em risco terá, no máximo, dois minutos para se proteger.

Ontem, o Hezbollah, lançou vários foguetes sobre a estação ferroviária de Haifa, a terceira maior cidade de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, prometeu uma reacção “de longo alcance” para o Hezbollah e a resposta não tardou a fazer-se sentir no Líbano. Aviões de guerra voltaram a bombardear o sul de Beirute, atingindo a rede de TV Al-Manar, controlada pelo Hezbollah.

O ataque à estação de televisão, que a tirou do ar durante alguns minutos, não impediu a divulgação de uma mensagem do líder do grupo de extremistas islâmicos. Hassan Nasrallah disse que “a batalha ainda só está a começar”.

O dia de ontem representou a maior escalada no conflito, desde quarta-feira, quando guerrilheiros da milícia xiita invadiram Israel, fazendo três mortos e sequestrando dois soldados.

Em resposta, as forças israelitas entraram no Líbano, bombardeando várias pontes, o aeroporto de Beirute e centrais eléctricas. O ataque foi classificado como “exagerado” por várias instituições mundiais, pois resultou na morte de 55 civis e ferimentos graves a mais 160 pessoas.

Como retaliação, o Hezbollah disparou cerca de 130 “rockets” contra Israel, tendo um deles atingido Haifa, a terceira maior cidade do país.

Carina Branco
Foto: ONU