A notícia da saída de Fidel Castro dos cuidados intensivos, depois de uma operação a que foi submetido, foi anunciada pela irmã mais nova exilada em Miami, nos EUA. “Saiu dos cuidados intensivos e agora está à espera dos resultados”, afirmou Juanita Castro à cadeia de televisão local.

O líder cubano já fez saber que está “bem” e “muito animado”. “Posso dizer que a situação é estável, mas a evolução geral do estado de saúde precisa de mais dias antes que possa ser avançado um veredicto”, disse Fidel num comunicado lido na noite de terça-feira na televisão estatal de Havana.

O presidente cubano foi submetido a uma complicada intervenção cirúrgica depois de sofrer uma crise intestinal, de acordo com um primeiro comunicado assinado pelo próprio e lido na segunda-feira pelo seu secretário pessoal.

A necessidade de permanecer “várias semanas de repouso”, que o impossibilitam de cumprir com as suas responsabilidades, obrigaram o presidente da ilha a delegar provisoriamente as suas funções de líder do Partido Comunista, das Forças Armadas e do Governo no seu irmão Raul, designado como sucessor legal segundo a Constituição cubana.

O líder cubano explicou que os seus problemas de saúde foram provocados pelo “enorme esforço” realizado durante a sua última visita à Argentina para participar na Cimeira Mercosur e no seu discurso nas comemorações do aniversário do assalto ao quartel Moncada.

Apesar dos comunicados emitidos, surgiram logo especulações de que Fidel poderia estar a morrer, ou mesmo já morto, alimentadas pelo facto de ainda não terem sido mostradas imagens ou emitida a sua voz.

No entanto, o presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcon, numa entrevista à rádio norte-americana “Democracy Now”, já veio, hoje, garantir que o presidente está em “plena vitalidade”, acrescentando que falou com ele na segunda e terça feira.

João Queiroz
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Foto: Ricardo Stuckert/ABr