A aviação israelita atacou, na madrugada de hoje, 150 objectivos no Líbano e os soldados mataram 10 alegados combatentes do movimento xiita Hezbollah.

O conflito agrava-se ao 27º dia, depois de ontem, domingo, combatentes do Hezbollah terem feito 15 mortos, mais de 200 feridos e disparado cerca de 170 “rockets” contra Israel, 22 dos quais atingiram a cidade de Haifa. Do lado israelita, as forças militares afirmam ter morto 30 elementos do Hezbollah.

A secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice admitiu que o Conselho de Segurança da ONU deverá votar a resolução sobre o fim do conflito hoje, segunda-feira, ou amanhã.

Em conferência de imprensa, Rice advertiu que o acordo será apenas “um primeiro passo, não o último” para travar os combates entre Israel e o Hezbollah. A secretária de Estado receia a continuação de “escaramuças” no Líbano, mesmo após a instauração de um cessar-fogo.

O projecto de resolução para acabar com o conflito, acordado entre os EUA e a França, foi ontem rejeitado pelo Líbano. A principal objecção é a de que o documento não pede a retirada das tropas israelitas do sul libanês.

Citado pela AFP, o ministro interino dos Negócios Estrangeiros do Líbano, Tarek Mitri, exige um cessar-fogo imediato, a troca de prisioneiros entre o Hezbollah e Israel e o envio do exército libanês para o sul do país. As exigências fazem parte do plano adoptado pelo governo libanês, onde também se pede o reforço da Força Interina da ONU no Líbano e a reactivação do acordo de armistício líbano-israelita de 1949.

Guerra pode entrar numa nova fase

Em declarações ao jornal “Haaretz”, um general israelita disse que a guerra está a entrar numa nova fase e que Israel ainda não explorou todo o seu potencial bélico.

Ainda que o Governo judaico tenha garantido, desde o início do conflito, que esta era uma guerra contra os guerrilheiros do Hezbollah e não contra o Líbano, as forças israelitas ameaçam atacar infra-estruturas civis e edifícios governamentais.

O primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, reúne-se hoje com o vice-primeiro-ministro, Shimon Peres, e os titulares da Defesa, Amir Peretz, e dos Negócios Estrangeiros, Tzipi Livni, para analisar o agravamento do conflito.

Carina Branco
Foto: DR