28 dias depois do início do conflito, as atenções internacionais estão hoje viradas para o debate público sobre a crise no Líbano, que começará às 20h, em Nova Iorque.

Organizado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, a reunião terá a presença de vários ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros da ONU e de uma delegação da Liga Árabe, que tentará impôr as exigências de Beirute na proposta franco-americana.

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse, hoje, que quer a redacção de uma resolução para o fim do conflito pronta até amanhã. Blair afirmou que é preciso “enfrentar as causas que provocaram a crise, ou seja, a incapacidade do exercito libanês de controlar todo o seu território”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Frank-Walter Steinmeier, adiantou, hoje, à televisão pública alemã, que “os membros do Conselho de Segurança da ONU aparentam agora ter chegado a acordo” sobre o projecto de resolução da crise.

No entanto, a Rússia recusa o projecto de resolução, considerando-o “inutilizável” para Beirute. Numa entrevista a uma cadeia de televisão russa, o representante russo nas Nações Unidas, Vitali Tchourkine, disse que a proposta poderá “conduzir ao prolongamento do conflito e da violência”.

A França e os Estados Unidos continuam a trabalhar no projecto, depois das críticas libanesas e das exigências de emenda ao texto, o que poderá adiar a votação da proposta até amanhã, quarta-feira.

Líbano anuncia que projecto de resolução não acabará com combates

O governo libanês já advertiu que a proposta de resolução não vai por fim aos confrontos entre Israel e o movimento xiita Hezbollah. Beirute poderá destacar 15.000 soldados para o sul do Líbano, logo que Israel retire as suas tropas, garantindo que o Hezbollah está disposto a aceitar a presença das forças libanesas.

Amanhã, o governo israelita vai reunir-se para analisar uma proposta de alargamento da operação militar. Citado pela Agência Lusa, o primeiro-ministro israelita Ehud Olmert, disse que o objectivo é “limitar a capacidade do Hezbollah de disparar mísseis contra o povo de Israel”.

Carina Branco
Foto: Kate Brooks/UNICEF