O Núcleo Académico de Jornalismo do Porto vai lançar a 10ª edição da revista “Águas Furtadas” em Dezembro. A publicação bianual está dividida em três secções distintas: literatura, música e artes visuais.

A literatura está organizada em poesia, tradução, teatro, ensaio e conto. Na secção da música, é editado um CD com músicas originais, cujas pautas são impressas na revista. As artes visuais estão representadas pela fotografia e artes plásticas.

A publicação surgiu em 1999. “A ideia foi sempre divulgar novos autores, pessoas que não têm lugar noutras revistas e que aqui encontram um ponto de partida para se lançarem”, explica ao JPN a directora literária, Luísa Marinho.

A revista evoluiu desde o seu nascimento. “Já não é uma pequena publicação de 32 páginas, como foi a primeira”, diz Luísa Marinho. “Hoje em dia, juntamos novos autores a autores que já são conhecidos”.

Textos inéditos na décima edição

A décima edição da revista traz novidades. “Na poesia, vamos dar a conhecer autores que ainda não são nada conhecidos”, revela Luísa Marinho. Poemas de Angélia Freitas, uma poetisa brasileira ainda sem nada publicado, vão ser editados, em primeira mão.

No campo da tradução, a revista vai publicar textos do autor inglês Gez Walsh. “É a primeira vez que Gez Walsh é traduzido em português. O seu livro chama-se ‘A borbulha no rabo – Poemas terríveis para meninos terríveis’, em que o autor brinca com temas da infância”, explica.

“Teremos também vários ensaios, todos eles muito diferentes”, diz a directora literária. Destaca-se o ensaio de Manuel António Pina sobre o urso Winnie-the-Pooh, “muito interessante e original”.

Na música, o CD editado pela revista vai contar com quatro peças musicais de quatro alunos da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE) do Porto. “O CD começa e acaba com música portuguesa antiga. No meio, estão as peças de música contemporânea”, refere o director musical, Pedro Maia.

“O perfil musical da revista centra-se na música portuguesa, na divulgação de jovens artistas e na música contemporânea, sem esquecer outros caminhos”, aponta.

A capa da décima edição foi concebida pelo ateliê de design Bolos Quentes, que já desenhou a capa de outra revista literária, “Textos e Pretextos”. A revista número 10 vai ter imagens de Ana Justo, Pedro Augusto, João Marçal e Fátima Séneca.

Texto e foto: Alice Barcellos
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