Uma cidade mais democrática, mais acessível a todos, que facilite a vida aos cidadãos deficientes e de mobilidade de reduzida. É o objectivo da “Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade Para Todos”, da qual a partir de hoje faz parte o município do Porto.

O protocolo celebrado entre a Câmara Municipal do Porto (CMP) e a Associação Portuguesa dos Planeadores do Território (APPLA), a entidade gestora do projecto, visa adequar as cidades a todos os cidadãos através da “abolição de barreiras arquitectónicas, sociais e psicológicas”

Criado em 2003, no âmbito do Ano Europeu de Pessoas Portadoras de Deficiência, o projecto visa orientar as câmaras na extinção dos obstáculos que dificultam a mobilidade dos cidadãos portadores de deficiência, sobretudo no centro administrativo das cidades, onde se concentram os paços do concelho, tribunais, correios e outros edifícios utilizados por um elevado número de pessoas.

O rebaixamento regulamentar de passeios nas passadeiras de peões que os distingam de acessos a garagens, a criação de espaços reservados a deficientes e identificados nos parques de estacionamento público, e a instalação de sinais acústicos nos semáforos são algumas das medidas que as câmaras são aconselhadas a tomar.

Na cerimónia de assinatura do protocolo, o presidente da CMP, Rui Rio, considerou “elementar olhar para este problema e dar-lhe o apoio” e criticou o conceito actual de democracia que discrimina algumas minorias. “Este regime não sabe lidar com as minorias: umas são esquecidas, outras sobrepõem-se aos interesses da maioria”, acusou o autarca.

Pedro Ribeiro da Silva, presidente da APPLA, congratulou-se com o facto de “a cidade onde nasceu o projecto” passar a fazer parte de “uma cidade para todos”.

A adesão à Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade Para Todos, constituída agora por 80 municípios, vai custar à CMP cerca de oito mil euros.

Texto e foto: João Queiroz
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