Dez minutos bastaram para Selecção Nacional bater a congénere brasileira por 2-0, num jogo particular realizado no Emirates Stadium, em Londres. E pela quarta vez – duas delas com Scolari ao leme – em 17 jogos, Portugal voltou a derrotar o Brasil.

Perante 60 mil adeptos e com José Mourinho nas bancadas do estádio onde joga o Arsenal, Portugal apresentou-se na máxima força: Jorge Andrade voltou a ser titular quase um ano depois e Quaresma e Hélder Postiga ocuparam os lugares que foram de Simão e Nuno Gomes no último jogo com o Cazaquistão.

No Brasil, Dunga continua a fazer muitas experiências. Com Hélton na baliza, mas sem o lesionado Ronaldinho, os “canarinhos” voltaram a jogar sem algumas estrelas com que o seleccionador parece não contar, como Emerson, Ronaldo ou Vágner Love.

Num encontro entre “países irmãos”, o futebol jogado foi de primeira classe. Na primeira parte, o Brasil – moralizado após uma série de cinco vitórias e um empate em seis jogos com Dunga no comando – foi sempre superior, encostando Portugal à baliza de Ricardo.

Nessa altura, os jogadores portugueses revelaram pouco entrosamento entre os seus sectores e grandes dificuldades para sair a jogar perante a pressão do adversário. Do lado português, só Cristiano Ronaldo tentava remar contra a maré.

Após o intervalo, Dunga fez algumas mudanças que tornaram o jogo brasileiro mais lento. Aí Portugal aproveitou e foi conseguindo chegar mais vezes à frente. Quando já todos esperavam pela igualdade, Ricardo Quaresma cruzou para Simão, que, de primeira, não deu hipóteses a Helton.

O golo da consagração surgiu através de um livre apontado por Hugo Viana, concluído da melhor forma por Ricardo Carvalho. Um triunfo que moraliza os comandos de Scolari para os jogos com a Bélgica e a Sérvia que se podem revelar decisivos para o apuramento para o Euro 2008.

João Queiroz
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Foto: FPF