Na passada segunda-feira, uma professora da escola EB 1 do Cerco, no Porto, foi agredida pela mãe de uma estudante. No dia seguinte, um professor é alvo da violência de um avô de um aluno na EB 1 de Campinas. Ambas as vítimas receberam tratamento hospitalar.

Em 2005/2006, segundo o Observatório de Segurança Escolar, 390 professores foram agredidos. Em Novembro [PDF], dois meses depois da inauguração, a linha “SOS Professor”, criada pela Associação Nacional de Professores (ANP), já registava 68 pedidos de apoio jurídico e psicológico.

Os casos de agressões nas escolas portuenses reforçam a revolta dos professores, que exigiram, através dos sindicatos, a elevação destas situações a crime público.

Margarida Moreira, directora regional de Educação do Norte, defende a necessidade de punição para estas situações de violência, enquanto a Federação Nacional da Educação (FNE) e a Federação Nacional de Professores apelam a que a agressão a professores seja, tal como acontece com os agentes da autoridade, constituída crime. Para tal, a FNE vai enviar para o Ministério da Educação uma proposta com carácter urgente.

Para o presidente da ANP, João Grancho, há uma estreita relação entre a violência nas escolas e a sua situação geográfica em “zonas menos favorecidas, não necessariamente bairros”.

Ao JPN, Grancho defendeu que a resolução dos conflitos entre professores e alunos e famílias passa também pela alteração da legislação, já que o programa “Escola Segura”, de horizonte temporal de três anos, se revela “insuficiente” para evitar o crescimento do problema.

João Grancho diz que é fundamental que a escola tenha “conhecimento total do seu grupo comunitário, dos problemas sociais e familiares que tenham”. O ideal seria “um acompanhamento aos alunos desde crianças” e, sobretudo, “atender a cada caso”.

“A resolução do problema da violência escolar não pode partir só do Governo, mas sim de cada escola, envolvendo também pais, autarquias e até a comunicação social, de uma forma articulada”, defende o presidente da ANP.

Joana Teixeira
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Foto: SXC