A missão especial de Direitos Humanos da ONU em Darfur culpou o governo sudanês por graves crimes de guerra e contra a humanidade. Um relatório apresentado nesta segunda-feira no início da quarta sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, denuncia a existência de assassinatos, violações e raptos naquela região do norte de África.

O relatório, que chama a atenção da comunidade internacional para a necessidade de ajudar os civis da região, refere que o governo do Sudão “orquestrou e participou nestes crimes” cometidos no Darfur, região oeste do país. Também as forças rebeldes são acusadas de “graves abusos e violações da lei humanitária internacional”.

A missão especial das Nações Unidas, liderada pela Nobel da Paz de 1997 Jody Williams, revela ainda que “a situação dos direitos humanos em Darfur é muito grave e as necessidades são profundas”.

O governo do Sudão proibiu os cinco membros da ONU de ir ao Darfur. Para chegarem as estas e mais conclusões, que originaram um relatório de 35 páginas, a missão especial da ONU entrevistou refugiados e ajudou trabalhadores da região. Além disso, visitaram o Chade, vizinho de Darfur, onde estão muitos refugiados.

O conflito de Darfur eclodiu há quatro anos atrás e já causou mais de 200 mil mortos e dois milhões de refugiados. Desde então, a situação vivida na região era já conhecida mas o relatório tem como objectivo fundamental despertar a acção na comunidade internacional.

O governo sudanês já negou as conclusões do relatório e acusou o Ocidente de estar a exagerar nos problemas em Darfur. O embaixador sudanês da ONU afirmou à BCC que o Sudão está a cooperar com a ONU e que a situação em Darfur apresenta melhorias.