Passaram quatro anos desde a invasão da coligação liderada pelos Estados Unidos ao Iraque. O quarto aniversário da guerra ficou marcado pelo enforcamento do ex-vice presidente iraquiano, Tah Yassin Ramadan.

O último ano de guerra do Iraque atingiu números expressivos de violência em mortes de civis e ataques suicidas. Segundo a organização não-governamental britânica Iraq Body Count (IBC), entre 20 Março de 2006 e 16 de Março deste ano, foram mortos 26.540 civis no Iraque, o que equivale a 73 por dia.

No ano anterior, morreram 14.910 civis (41 por dia). A ONU divulgou em Janeiro um cálculo que aponta para os 54 mil mortos em 2006, número reconhecido também pelo governo iraquiano.

Segundo um inquérito divulgado esta segunda-feira, dois terços dos iraquianos estão pessimistas quanto ao futuro e não acreditam que o país melhore no próximo ano. 53% dos iraquianos inquiridos dizem que o país está mal gerido e 62% acreditam que o país está igual ou pior do que há quatro anos atrás, antes da invasão.

Esta terça-feira, e nos dias que antecederam os quatro anos da invasão, diversas pessoas protestaram contra a guerra do Iraque por todo o mundo.

Vice de Saddam é enforcado passados quatro anos da invasão

O dia ficou também marcado pela morte do terceiro ex-assessor de Saddam. Tah Yassin Ramadan, vice-presidente do Iraque durante o regime de Saddam Hussein, foi enforcado na madrugada desta terça-feira pela morte de 148 xiitas. Logo após o enforcamento de Ramadan, pelo menos cinco pessoas morreram e 17 ficaram feridas no seguimento da explosão de um carro-bomba em Bagdad.

Os atentados diários contribuem para a insatisfação dos norte-americanos com a guerra. George W. Bush, na segunda-feira, voltou a justificar as desvantagens de uma retirada antecipada. “Pode ser tentador olhar para os desafios no Iraque e concluir que a nossa melhor opção é empacotar as coisas e ir para casa. Isso pode ser satisfatório a curto prazo, mas acredito que as consequências para a segurança norte-americana seriam devastadoras”, afirmou Bush, citado pela Reuters.

Uma pesquisa da CNN mostra que 63% dos americanos estão contra a guerra. Uma outra pesquisa apontou que quatro em cada cinco iraquianos confiam pouco ou nada nas forças estrangeiras.