A Câmara do Porto deu a concessão à produtora de Filipe La Féria – a Bastidores – para gerir o Teatro Rivoli. No entanto, a entrega da gestão será apenas realizada após reunião extraordinária do executivo camarário do Porto, em que o assunto será avaliado e votado.

O teatro está a ser gerido por uma Comissão nomeada em Janeiro, aquando da demissão da Culturporto. O musical “Jesus Cristo Superstar”, produzido por La Féria, estreia na segunda semana de Maio, mas surge de um convite da Comissão Liquidatária nomeada em Janeiro.

Contactada pelo JPN, fonte da Bastidores desconhece se será assinado um protocolo entre a autarquia e indica que Filipe La Féria só prestará declarações quando a situação estiver organizada.

As razões da escolha da Bastidores são ainda desconhecidas. O comunicado emitido pela câmara indicava que a opção recaiu no facto de La Féria ser “mobilizador de grandes públicos”.

Cartaz sem variedade de oferta

Inês Maia, da Comissão de Trabalhadores da Culturporto, afirmou que a associação “está em extinção” e que o município terá de responder quanto ao seu futuro.

Sobre a eventual gestão da Bastidores, Inês Maia sublinhou o fim da variedade de oferta causada pela especificidade do tipo de teatro realizado por La Féria.

A “lógica de gestão comercial” que vai subir ao palco do Teatro Municipal implica uma perda dos serviços prestados às instituições, sublinha a representante. O serviço público e a qualidade que se tinha fomentado saem prejudicados, defende.

A perda de programas únicos no Teatro Municipal é sinónima de uma dimuição de prestígio e variedade do Rivoli, lembraa presidente da Plateia, Ada Pereira Silva. Acrescenta, ainda, que, “a cidade tem de assumir outras responsabilidades” que envolvam toda a área metropolitana.