Cinquenta anos passados desde a assinatura do Tratado de Roma, a União Europeia abraça agora 27 nações. É hoje um espaço aberto sem fronteiras, onde se circula livremente. Os jovens são provavelmente quem mais tem usufruído da mobilidade no espaço europeu. Através de programas como o Erasmus, todos os anos milhares de estudantes criam rotas para universidades em que se falam outras línguas.

Em 2003, registou-se o expoente de um milhão de estudantes ao abrigo do programa. O objectivo é chegar a 2010 com 3 milhões de estudantes integrados no Erasmus.

Para Aiva Avota, ser estudante de Erasmus “é a mais importante vantagem de estar integrada na UE”. Veio da Letónia e percorreu milhares de quilómetros para chegar a Portugal. Para Aiva, esta “é uma óptima oportunidade de conhecer pessoas de outros países” e “de conhecer não só a cultura portuguesa e os locais mais bonitos do país, mas também de conhecer outras culturas”. Oportunidades que nasceram com a entrada da Letónia na UE, em 2004.

Quando Aiva Avota chegou, já Svetlana Pavlova estava na Universidade do Porto, desde o primeiro semestre. Num português já manobrado com sotaque de leste, Svetlana explica que pertencer à UE é “para a Letónia uma vantagem, porque torna-se mais conhecida no mundo, principalmente na Europa”.

Quando chegou, Svetlana só queria ficar dois meses. Mas foi impossível: “gosto muito de estar aqui e vou ficar até Julho”. Enquanto estudante, ser cidadã do “clube europeu” traz vantagens, pois tem “a possibilidade de estar aqui”. “Tenho o apoio da UE e o apoio financeiro também. Posso estudar aqui, encontrar muitas pessoas de outros países, falar de línguas diferentes”, diz.

Para Carla Augusto, responsável pelo programa Erasmus na Faculdade de Letras da UP, a mobilidade no espaço europeu “têm-lhes [aos estudantes] aberto portas que depois, em termos profissionais, os levam a procurar emprego noutros países”. A possibilidade de trabalhar “lá fora” é uma outra oportunidade só possível com a União.

Mas, para Carla Augusto, a UE está prestes a trazer novas vantagens para os estudantes. De acordo com a responsável, com a “implementação do processo de Bolonha, a grande vantagem será o reconhecimento das qualificações”, o que significa que “um aluno com qualificações em Portugal terá reconhecimento directo em qualquer país da União Europeia”.