O Benfica não conseguiu marcar o golo que precisava para chegar às meias-finais da Taça UEFA e despediu-se, esta quinta-feira, das competições europeias, ao empatar a zero frente ao Espanyol de Barcelona, no Estádio da Luz. A tradição mantém-se: as “águias” continuam sem vencer uma equipa espanhola há quase 25 anos.

À imagem dos outros jogos, o Benfica voltou a entrar mal na partida e a dar 45 minutos de avanço ao adversário. Mesmo com Rui Costa no onze no lugar de Kasouranis, os encarnados sentiram muitas dificuldades em chegar com perigo à baliza catalã, sobretudo no primeiro tempo. A melhor e única oportunidade de golo dos portugueses aconteceu perto da meia hora de jogo num canto que o central David Luiz não conseguiu desviar para a baliza.

O Espanyol entrou no jogo descomplexado, bem organizado e sem medo de atacar a baliza de Quim. Isso viu-se logo aos 12 minutos num remate ao poste de Pandiani. O aviso estava dado, os catalães não vinham à Luz apenas para defender a vantagem de 3-2 que traziam da primeira-mão.

Incapaz de fazer pressão e sem velocidade nas transições, o Benfica raramente conseguia ganhar superioridade no ataque. Isto porque o meio-campo espanhol obrigava os portugueses a jogar pelas alas, sobretudo pela direita, onde Nelson nunca conseguiu criar perigo.

O jogo caminhou para o intervalo e estava visto que o Benfica precisava de ter uma outra atitude para a segunda parte para conseguir ultrapassar o Espanyol. E foi o que aconteceu, muito por culpa do adversário que foi recuando, oferecendo a iniciativa do jogo que os encarnados não enjeitaram.

Sonho acabou no ferro

Sem preocupações na defesa porque o Espanyol desistia de atacar, o Benfica passou a controlar totalmente o jogo. A primeira grande chance para chegar ao tão desejado golo surgiu apenas quando o relógio marcava 20 minutos, quando Nuno Gomes, à boca da baliza, não conseguiu desviar um cruzamento perfeito de Rui Costa, o melhor em campo.

O “maestro” voltava a destacar-se mais tade, ao atirar a bola aos ferros num livre frontal à baliza de Gorka, imitando aquilo que pouco antes Micolli havia feito. Como o golo demorava a surgir, Fernando Santos lançou todos os trunfos que tinha no banco. Primeiro entrou Mantorras e depois colocou Derlei. E foi na cabeça do angolano que esteve a última grande ocasião para empurrar o Benfica para as meias-finais, mas a bola não queria, definitivamente, entrar.

A partir daí os encarnados passaram a jogar mais com o coração do que com a razão e não mais conseguiram assustar os jogadores do Espanyol que já rezavam pelo apito final. As derradeiras oportunidades, porém, pertenceram aos espanhóis, a quem o árbitro ainda negou um penálti num derrube de Léo a Luís Garcia. O Benfica adiou, mais uma vez, o sonho de conquistar um dos poucos troféus que ainda não constam do seu palmarés.

Espanhóis dominam Taça UEFA

Se na Liga dos Campeões “mandam” os ingleses, na Taça UEFA são os clubes espanhóis. Para além do Espanyol, o Sevilha, detentor do troféu, e o Osasuna garantiram o passaporte para as meias-finais.

Depois de ter vencido por 2-1 no primeiro jogo, a equipa do sul de Espanha foi a Londres alcançar um empate a dois diante do Tottenham e vai agora defrontar o Osasuna que, apesar de ter vencido por 3-0 na Escócia na primeira-mão, voltou a bater o Glasgow Rangers por 1-0.

O “intruso” nestas meias-finais é o Werder Bremen, onde alinha o português Hugo Almeida, que derrotou em casa os holandeses do AZ Alkmaar por 4-1. Os alemães vão discutir um lugar na final de Glasgow com o Espanyol de Barcelona.