“Consenso”. Foi esta a palavra mais usada por Rui Rio, presidente da Junta Metropolitana do Porto (JMP), para manifestar, nesta quinta-feira, a decisão do organismo relativa à proposta do Governo sobre o futuro do Metro. O autarca revelou que se vai encontrar com o ministro dos Transportes, Mário Lino, que, segundo Rio, demonstrou disponibilidade para discutir a alteração dos documentos.

O presidente da JMP explicou que, na procura de um entendimento, aceita um novo modelo de gestão e abdica de lugares na administração em favor de mais representantes do governo. No entanto, considerou um risco a ideia de realizar um concurso único para a segunda fase das obras do Metro do Porto.

O modelo global de concurso iria atirar o início das obras para 2009, adiamento que Rui Rio classificou de inaceitável. O autarca defendeu que a data de 2008 apresentada na proposta da JMP é possível, embora admitisse uma flexibilidade de alguns meses nos prazos.

O concurso global foi apenas admitido nos casos em que a conclusão de novas linhas seja a longo prazo.

Rio recordou o caso do concurso único ganho pela Normetro para construção das linhas do Metro do Porto. Um processo que se arrastou quatro anos (1994-1998), após várias impugnações na Comissão Europeia.

O ministro dos Transportes tinha já desmentido a informação das obras começarem em 2009. Segundo o governante, o modelo proposto pelo ministério à JMP é compatível com o início das obras antes da referida data.

JMP não aceita saída de autarcas

A vontade do Governo de vetar aos autarcas da Área Metropolitana participação no Conselho de Administração da Metro do Porto não encontra eco na JMP. O organismo não aceita que as duas indicações a que tem direito possam ser condicionadas.

Rui Rio considerou mesmo que o importante agora eram as obras e não quem faz parte da administração.

Em declarações ao jornal “Público”, Valentim Loureiro afirmou, contudo, que o Governo nunca impôs que os elementos nomeados pela JMP para a administração da Metro do Porto não fossem autarcas.