No passado, do Castelo do Queijo ao Ourigo, as praias do Porto enchiam-se para receber centenas de veraneantes portuenses. Mas a poluição da água e da areia foi afastando, ao longo dos tempos, cada vez mais gente, que migrou para as praias de Matosinhos e Vila Nova de Gaia, algumas das quais ostentam a Bandeira Azul.

Consciente da importância de atrair mais pessoas para uma zona com boas potencialidades, a Câmara do Porto lançou finalmente um projecto para reabilitar as praias conhecidas pela quantidade de rochas e pela areia grossa.

“Tem vantagens no domínio ambiental e social porque há pessoas que não têm condições económicas para fazer praia noutros locias”, admitiu Rui Rio, na apresentação pública do projecto “Porto Bandeira Azul”. “É também uma boa aposta para o turismo”, acrescentou.

O presidente da Câmara do Porto teceu ainda fortes elogios a Poças Martins, o homem que escolheu em Setembro para as Águas do Porto. “É um dos melhores consultores do país nesta área”, frisou.

Antigo secretário de Estado do Ambiente e do Consumidor, Poças Martins começa a mostrar alguns resultados do seu trabalho num dos muitos desafios colocados quando tomou posse: melhorar a qualidade das praias.

Praias para todos os gostos

No âmbito do “Porto Bandeira Azul”, o presidente das Águas do Porto propõe uma profunda remodelação em seis praias que fazem parte dos oito quilómetros da orla marítima do município do Porto.

Devido à extensão do areal e à proximidade do edifício transparente, o projecto considera a praia do Castelo do Queijo o “local ideal para privilegiar as actividades desportivas”.

A do Homem do Leme é a que mais se adequa ao conceito de praia familiar, propondo a construção de uma piscina amovível aquecida e uma zona lúdica para crianças, a instalar sobre a areia durante a época balnear.

Quanto à praias do Molhe e de Gondarém, propõe-se potenciar o lazer e o convívio que já fazem parte do local, através da recuperação dos espaços públicos e da instalação de uma plataforma de espectáculos.

Por fim, o Ourigo e as Pastoras enquadram-se, segundo o projecto, no conceito de “praias sociais”. Ladeada por dois molhes, a singularidade do espaço, faz da praia das Pastoras um espaço privilegiado para a construção de uma piscina de água do mar, precedida por zonas definidas para actividades lúdicas e desportivas.