Com 31,11% dos votos contra 25,84%, Sarkozy venceu a primeira volta das eleições presidenciais francesas e enfrenta Ségolène no segundo “round”. As sondagens dão vitória ao candidato da direita a 6 de Maio.

O candidato da direita à Presidência francesa, Nicolas Sarkozy, obteve 31,11% dos votos na primeira volta disputada no domingo, segundo os números finais do Ministério do Interior, não integrando os votos dos franceses no estrangeiro.

Nicolas Sarkozy ou Ségolène Royal? Um deles será o próximo presidente francês. A 6 de Maio, os franceses voltarão a ser chamados a votar para escolher entre a direita ou a esquerda, depois de nas eleições realizadas este domingo terem dado a vitória ao candidato conservador.

Já a perspectivar a segunda volta, as primeiras sondagens colocavam “Sarko” no Palácio do Eliseu – que obteria 52 a 56% dos votos, contra 46 a 48% de Royal.

Jean-Marie Le Pen, o dirigente da extrema-direita francesa que há cinco anos conseguiu passar à segunda volta, ficou-se, desta feita, por uns escassos 10,51%.

Os outros oito candidatos não conseguiram alcançar os 5%. As três candidatas da extrema-esquerda, a líder da Luta Operária Arlette Laguiller, a comunista Marie-George Buffet e a ecologista Dominique Voynet, já manifestaram o seu apoio a Ségolène.

Mas a grande vitória dos franceses foi o índice de participação, que atingiu os 85%. 36,8 dos 44,5 milhões registados compareceram às urnas para eleger o sucessor de Jacques Chirac, numa das eleições mais concorridas da história francesa.

“Sarko” fala em sonho, “Ségo” apela ao voto

Mal foram conhecidos os primeiros resultados, Sarkozy falou ao país, assumindo a vitória. Começou por agradecer aos que nele votaram para depois apontar baterias para o segundo turno, onde os franceses vão votar em “duas ideias da nação, dois projectos de sociedade, dois sistemas de valores, duas concepções da política”.

“Quero unir todos os franceses em torno de um novo sonho de França”, declarou o candidato, que pediu “um verdadeiro debate de ideias” na campanha que se segue.

Ségolène não perdeu tempo e apelou ao voto de todos os franceses que “desejam reformar a França sem brutalizá-la”. “Dêem-me a responsabilidade de liderar o combate para que a França se levante e recupere o seu optimismo”, afirmou, lembrando que, em duas semanas, “a França elegerá um novo destino e um novo rosto”.

Bayou destaca uma “nova força”, Le Pen “equivocou-se”

François Bayrou, que sonhava chegar à “finalíssima”, desvalorizou a derrota.”Mais de sete milhões de franceses apostaram numa mudança. Formaram uma força nova, a única força nova desta campanha presidencial”, afirmou o candidato, sem anunciar qualquer orientação de voto para a segunda volta.

O grande derrotado foi mesmo o líder da extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, que ficou muito aquém das expectivas. “Acreditava que os franceses estavam suficientemente descontentes, mas equivoquei-me”, lamentou.