“É uma questão de tempo” até à regionalização voltar ao debate político. Rui Moreira, reeleito presidente da Associação Comercial do Porto (ACP) na semana passada, defende que a criação de regiões administrativas não deve voltar a ser referendada porque “estar a votar numa normativa constitucional é um disparate”.

Em entrevista ao JPN, Rui Moreira confessa estar arrependido de ter votado “não” em 2001 e defende que tudo poderia ter sido diferente para o Porto se o referendo à regionalização tivesse vencido.

A paz parece ter voltado ao relacionamento entre a ACP e a câmara da cidade. As divergências entre as duas entidades do Porto estão ultrapassadas: depois das críticas a Rui Rio, sobretudo no primeiro mandato, Rui Moreira baixa as armas e tece elogios ao “novo papel” do autarca.

O presidente da ACP fala da Câmara do Porto, à qual garante não se candidatar em 2010, da cidade e da crise que não dá sinais de querer deixar a região.

Quanto à ACP, nega que este seja o último dos seis anos que leva à frente dos destinos da associação e traça como grande meta para o novo mandato a conclusão da reestruturação do Palácio da Bolsa.

Durante a conversa, as últimas polémicas à volta do Metro do Porto também não foram esquecidas. Rui Moreira considera que a empresa tem sido bem gerida e contesta as posições do Governo sobre o metropolitano, acusando o Executivo de José Sócrates de ter “dois pesos e duas medidas”.

Ainda na política de transportes do Governo, os mega-investimentos como o Aeroporto da Ota e o TGV merecem igualmente críticas por parte do presidente da ACP. Continua a defender a solução de se construir um novo aeroporto que seja um complemento da Portela e quanto ao comboio de alta-velocidade, diz que a linha prioritária deveria ser a de Aveiro-Salamanca.

Numa entrevista em que quase tudo teve resposta, Rui Moreira só recusou falar sobre o seu clube porque dentro das paredes do Palácio da Bolsa, assegura, não é portista.