A direcção do PS propõe eleições intercalares para a autarquia de Lisboa até ao domingo de 15 de Julho e promete escolher o seu candidato à presidência da Câmara nos próximos 10 dias. Os socialistas, bem como o PCP e o Bloco de Esquerda, defendem que deve haver também eleições para a Assembleia Municipal de Lisboa, mas o PSD rejeita a ideia.

Uma fonte do Secretariado Nacional do PS revelou à Lusa o interesse das eleições intercalares se realizarem “o mais rapidamente possível”, de modo a “evitar que calhem num período em que muitos lisboetas se encontrem de férias” e apontou o fim da primeira quinzena de Julho como o limite mais favorável.

A mesma fonte afirmou que “ainda não há qualquer reunião formal marcada”, relativamente ao processo de escolha do candidato do PS à presidência da Câmara de Lisboa (CML), bem como à estratégia eleitoral a seguir pelo partido. Contudo, sublinhou que o candidato irá ser escolhido dentro de 10 dias.

De acordo com a lei eleitoral dos órgãos das autarquias locais, as eleições intercalares “realizam-se dentro dos 60 dias posteriores ao da verificação do facto de que resultam, salvo disposição especial em contrário”. É ao governador civil que cabe a marcação do dia da realização das eleições intercalares, neste caso, a Maria Adelaide Rocha.

Caso remonta a 2005

Carmona Rodrigues é ouvido no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, esta quinta-feira, no âmbito das investigações sobre a Bragaparques, que envolve uma permuta de terrenos entre a autarquia e aquela empresa.

O caso Bragaparques remonta ao início de 2005 quando a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por maioria, à excepção da CDU, a permuta dos terrenos do Parque Mayer, da Bragaparques, por parte dos terrenos camarários no espaço da antiga Feira Popular, em Entrecampos.

O negócio envolveu ainda a venda em hasta pública do lote restante de Entrecampos, que foi adquirido pela mesma empresa, que exerceu um direito de preferência que viria a ser contestado pela oposição na autarquia lisboeta.

Desde o início deste ano e no âmbito deste caso foram constituídos vários arguidos, entre os quais o vice-presidente da autarquia, Fontão de Carvalho, independente eleito pelo PSD, actualmente com mandato suspenso por ter sido acusado de peculato no caso de prémios pagos a administradores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa. A vereadora do Urbanismo, Gabriela Seara, que em Janeiro suspendeu funções por oito meses, também foi constituída arguida.