João Paulo, Ezequias, Lucas Mareque, Sektioui e Diogo Valente foram cinco das sete caras novas do plantel 2006/2007 do bicampeão nacional e nenhuma delas se conseguiu impor. Todos juntos jogaram cerca de 860 minutos. Muito pouco tempo para mostrarem a Jesualdo as qualidades que levaram o clube a contráta-los.

Defesas sem argumentos

Era um dos melhores jogadores da União de Leiria, mas no FC Porto, João Paulo não conseguiu ainda confirmar os créditos que levaram os dragões a contratá-lo, muito por culpa da lesão sofrida no último jogo da pré-temporada, que o afastou dos relvados durante três meses, dificultando o processo de adaptação ao clube.

Estreou-se no final do ano com a camisola dos “dragões”, mas a sua polivalência nunca foi um trunfo para se tornar uma aposta firme de Jesualdo: na defesa esteve tapado por Pepe e Bruno Alves e no meio-campo mandou Paulo Assunção. Uma época para esquecer de João Paulo, que, ainda assim, parece ser a única desilusão do bicampeão com mais hipóteses de permanecer no plantel na próxima época face à possível saída de Pepe.

Na defesa houve outros “tiros ao lado”. Ezequias foi uma das contratações mais surpreendentes e nunca se conseguiu afirmar. Realizou apenas dois jogos, suficientes para Jesualdo o conhecer e nunca mais incluí-lo no leque de opções. Saiu pela porta pequena, emprestado ao Beira Mar.

Na mesma posição Lucas Mareque foi adquirido em Janeiro aos argentinos do River Plate, onde nem sequer era titular. As boas referências trazidas do país das Pampas nunca foram vistas nos relvados portugueses e os 254 minutos em que se mostrou foram inconclusivos e insuficientes para se adaptar ao futebol português e se medir as suas reais capacidades.

Extremos inadaptados

A jogar num sistema que privilegia as alas, o FC Porto possuía, à partida, boas soluções. A Quaresma, Alan e Lisandro, embora o argentino seja mais avançado do que extremo, juntaram-se Diogo Valente, Tarik Sektioui e Vieirinha, mas nenhum agarrou um lugar no onze. Se o último ainda só agora começa a dar os seus primeiros passos no futebol de alto nível, os outros dois simplesmente não singraram.

Sem nunca ter jogado na sua posição de raiz, Diogo só mostrou ser valente durante meia hora no jogo contra o Sporting, muito pouco para um dos extremos mais promissores do futebol português. O empréstimo a meio da época foi, portanto, a solução inevitável.

Um caminho parecido com o que seguiu Tarik, que regressou em Janeiro à Holanda, de onde veio na pré-temporada por indicação de Co Adriaanse. O marroquino até nem começou mal o ano, tendo sido titular em dois dos cinco jogos em que participou, mas foi desaparecendo gradualmente das opções de Jesualdo, facto que tornou irreversível a sua saída.

Se uns já abandonaram o clube, outros preparam-se para sair, mas todos foram, por um ou outro motivo, apostas falhadas do bicampeão nacional. O que revela uma política de contratações pouco feliz, numa altura em que a saúde financeira dos cofres azuis e brancos está longe de ser a mais recomendável.