Estradas que se escavam, buracos, desvios, ruído de máquinas e ferramentas. Assim se figura a requalificação do espaço público da baixa portuense. Em Dezembro de 2006 deu-se início ao processo de requalificação de quatro lotes na cidade. O objectivo não é apenas trazer o eléctrico até à Baixa do Porto: é, também, garantir a substituição de infra-estrutruras como água, esgotos e electricidade.

Ao todo 16 ruas estão incluídas no projecto. Entre elas estão a Rua de Passos Manuel, Santa Catarina, Rua de Ceuta e Elísio de Melo e a Praça Guilherme Gomes Fernandes, o Largo Moinho de Vento e a Rua Sá Noronha.

O vereador do Urbanismo e Mobilidade da Câmara do Porto (CMP), Lino Ferreira, afirma ao JPN que quando as obras terminarem a zona ficará com “todas as suas infraestruturas renovadas”, depois das intervenções a propósito da Porto 2001 e do metro.

Até quando vão durar as obras?

Esta é a pergunta mais pertinente para os comerciantes ouvidos pelo JPN. Os cortes de trânsito são a principal preocupação, já que têm impedido os clientes de acederem aos estabelecimentos comerciais. E, sem clientes, o prejuízo entra pela porta das lojas.

“As obras estão a decorrer dentro do prazo previsto”, assegura o vereador. Apesar dos atrasos iniciais, “as obras terminarão dentro do prazo definido”. “Entre Julho e Agosto estarão concluídas todas as obras”, garante.

Lino Ferreira compreende a situação dos comerciantes. Quando “se iniciam obras acarreta, isso mau estar e prejuízo”, reconhece. Diz que com os cortes nas vias é mais difícil “aceder às casas comerciais”, mas sublinha que “em caso algum foi impedido o acesso” aos estabelecimentos.

Sobre possíveis compensações a atribuir aos comerciantes, o responsável diz que “não está previsto”. Lino Ferreira afirma ter sido claro na reunião com os comerciantes no ano passado e que não se pode colocar “sistematicamente a cidade a suportar” eventuais prejuízos.

Lino Ferreira acrescentaque as exigências dos comerciantes – que as obras não se inciassem antes do Natal e minorar tanto quanto possível os prejuízos directos das obras junto dos estabelecimentos comerciais – estão a ser cumpridas.

STCP mantém apoio

A reabilitação da Baixa do Porto está a ser financiada pela Urbcom e pela CMP, mas existem outros apoios provenientes da EDP, comunicações, e STCP.

Apesar das dificuldades financeiras, o apoio da STCP mantém-se, garante Lino Ferreira, que não recebeu qualquer informação por parte da empresa.

“Não tenho nenhuma notícia que ponha em risco a vinda do eléctrico para a Baixa”, assegura. E acrescenta que a STCP “está a comparticipar naquilo que lhe diz respeito na colocação dos trilhos para que o eléctrico possa fazer o anel na Baixa do Porto”.