“Não vejo isto como um prémio, vejo como um apoio que nos tem sido dado para os projectos que temos idealizado”. Foi desta forma que Hélder Maiato recebeu o prémio do Programa Gulbenkian de Apoio à Investigação na Fronteira das Ciências da Vida. Para além do investigador do Instituto de Biologia Molecular do Porto (IBMC), a fundação premiou o trabalho de Tiago Fleming Monteiro, do Instituto de Medicina Molecular em Lisboa.

Pelo segundo ano, a Gulbenkian financiou dois projectos (25 mil euros cada). “Valia a pena olhar para pessoas novas e ter alguma margem para fazer projectos de maior risco”, explicou um representante da fundação, esta terça-feira, na entrega dos prémios, no IBMC.

O presidente do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), Alexandre Quintanilha, iniciou a apresentação com uma breve introdução ao IBMC. “É um instituto bastante jovem”, onde “os mais velhos dão uma visão global da instituição”, descreveu.

Para o reitor da Universidade do Porto (UP), Marques dos Santos, a atribuição do prémio a uma instituição da universidade “é um orgulho muito grande” que significa o “reconhecimento do trabalho realizado” pela instituição.

Descobrir a causa de doenças como o cancro

O dinheiro atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian é para Hélder Maiato “um incentivo”, um “acreditar que o projecto chegará a um resultado final”, disse ao JPN.

Os 25 mil euros vão ser usados para a investigação a “Aplicação de microscopia de fluorescência de partículas e microcirurgia laser para o estudo dos mecanismos de produção de força responsáveis pelo movimento dos cromossomas”.

Já Tiago Fleming Outeiro, investigador principal no Instituto de Medicina Molecular em Lisboa, vai analisar “O Envolvimento Molecular da Proteina DJ-1 na Etiologia da Doença de Parkinson”. A investigação pode permitir que sejam encontradas novas terapêuticas para a doença de Parkinson.

Através de duas técnicas inovadoras (microscopia de fluorescência de partículas e microcirurgia laser), Hélder Maiato pretende “perceber de que forma é que se cria a força para mover os cromossomas”.

O objectivo final é “tentar entender os mecanismos que poderão, estando afectados, originar aneuploidia” (uma característica comum em vários tipos de cancro). O investigador refere que o projecto já tem resultados.