O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, afirmou esta quinta-feira, na abertura da Feira do Livro do Porto, que a autarquia está disposta a ajudar a Associação Portuguesa de Editores e Livros (APEL) a organizar o certamente na Avenida dos Aliados, no próximo ano. “Vamos pensar nisso e ver como todos podemos colaborar”, afirmou.

Neste momento, a Câmara do Porto cede apenas o Pavilhão Rosa Mota para a realização da Feira do Livro e não concede apoios financeiros. O custo total da feira é de 200 mil euros, sensivelmente o valor que a Câmara de Lisboa atribui à congénere alfacinha. “A Câmara de Lisboa não é propriamente um exemplo que eu pretenda seguir”, referiu Rio.

“A feira tem duas componentes: uma eminentemente económica, em que a câmara não se mete nem deve meter; outra é a feira do livro enquanto [forma de] divulgação do livro e da cultura. Nesse patamar, naturalmente que a câmara estará sempre apta a ajudar e a participar”, afirmou.

Rui Rio voltou a referir que a Avenida dos Aliados é a localização em que gostaria de ver o evento no próximo ano. E disse que a autarquia está disposta a equacionar um “investimento” financeiro nessa mudança para os Aliados.

“Gostaria imenso que a feira voltasse à Avenida dos Aliados, até porque tem uma configuração mais apropriada para isso. Isso requer um investimento pesado, na exacta medida em que é preciso fazer ‘stands’ que são bem mais caros do que aqueles que se usam aqui porque não precisam de ser cobertos”, argumentou.

A Feira do Livro acontece este ano no Pavilhão Rosa Mota, como tem acontecido nos últimos anos, mas as anunciadas obras de requalificação do espaço exigem que o evento tenha uma nova localização em 2008.

Aumento do número de leitores

Presente na inauguração da feira, o secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, afirmou que os últimos 10 anos registaram um aumento de 40% do número de leitores portugueses.

“Isto decorre também de uma política continuada no âmbito do apoio à edição e da rede nacional de bibliotecas que continua a desenvolver-se como rede de conhecimento. As feiras do livro também contribuem para isso, porque são momentos importantes de promoção do livro e da leitura”, explicou.

68 editoras presentes

Vasco Graça Moura é o autor em destaque da edição deste ano, que termina a 10 de Junho. A feira vai também prestar homenagem a um outro escritor do Porto, Papiniano Carlos.

68 editoras estarão presentes no evento. Há ainda exposições da responsabilidade do Museu de Imprensa – “Gutenberg no Cartoon Internacional” e “Livros Proibidos na Ditadura de Salazar”.

A feira abre todos os dias às 16h e fecha à meia-noite. A 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, abre as portas às 10h.