Um livro por mês. É a quantidade de livros que dois em três portugueses lêem segundo um estudo efectuado pela empresa de sondagens Marktest para o “Diário de Notícias” (DN) e TSF, divulgado esta quinta-feira.

Se focarmos a quantidade de títulos lidos por ano, verificamos que cerca de 18% lê apenas dois enquanto 23,4% chega aos 10.

O estudo revela que mais de um terço dos inquiridos declarou não adquirir livros. A maioria destes inquiridos tem mais de 55 anos, pertencem às classes média-baixa e baixa e habitam maioritariamente no Interior Norte, Litoral Centro e região do Grande Porto.

Isabel Alçada, coordenadora do Plano Nacional de Leitura, considerou ao JPN que “os dados a seco parecem fracos”. No entanto, frisou que Portugal apresenta uma evolução muito favorável. “Portugal está a evoluir no sentido certo, estamos a ler cada vez mais”, realçou.

Maioria compra em livrarias

Os principais locais de compra de livros dos portugueses são as livrarias. 47,3% fá-lo nestes locais. Seguem-se os hipermercados com cerca de 20% e só após surgem as feiras do livro, preferidas por 9,1% dos cidadãos.

Outros locais de compra referenciados no estudo são as lojas FNAC, mencionadas por 4,9% dos inquiridos e o Círculo de Leitores com 2,8%. As papelarias reúnem 2,1% das preferências ao passo que a Internet é o meio escolhido por 1,5% da amostra.

Feiras do livro pouco procuradas

Com a abertura das feiras do livro de Lisboa e Porto marcadas para esta quinta-feira, o Barómetro revela que 36,3% dos inquiridos afirmam não fazer compras nas feiras do livro. Pelo contrário, quase 30% admite fazê-lo nestas ocasiões.

O perfil do cliente nas feiras do livro aponta para jovens até aos 34 anos, da classe média-alta e alta e residentes na área da Grande Lisboa.

Para Isabel Alçada, as feiras do livro são autênticas festas da cultura. “O importante é que as pessoas sintam que vale a pena ir”, sublinhou.

Mais novos lêem mais

Os hábitos de leitura vão diminuindo à medida que se avança na pirâmide etária. A faixa etária dos 18 aos 34 anos apresenta uma taxa de 71,7% face aos 57,3% no grupo 35-54 anos e dos 51,2% registados nos inquiridos acima dos 55 anos.

O barómetro foi levado a cabo entre os dias 15 e 18 de Maio para a TSF e o DN. Foram realizadas 801 entrevistas a maiores de 18 anos e residentes em Portugal Continental. A margem de erro é de 3,46% e apresenta um intervalo de confiança de 95%.